Economia

Carrefour anuncia vendas no atacado em loja da RMBH

Faixas foram afixadas na unidade da rede em Contagem
Carrefour anuncia vendas no atacado em loja da RMBH
Anúncio no Carrefour Contagem convida comerciantes a comprarem com preço de atacado | Crédito: Diário do Comércio / Rafael Tomaz

A unidade de Contagem do Carrefour, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, está atuando também no atacado. No local, há avisos convidando os comerciantes a comprar no estabelecimento com preço diferenciado. Além do hipermercado que dá nome ao grupo, o Carrefour Brasil conta com a empresa Atacadão, que possui mais de 360 unidades de autosserviço e 36 atacados de entrega e centros de distribuição no País.

O grupo também passou a atuar, em março deste ano, no segmento de franquia no País, um formato já usado em 39 países. A loja é da bandeira Express, com investimento inicial previsto em R$ 150 mil. Com oferta de 3 mil itens, o Carrefour Express é uma bandeira de lojas de conveniência, mais compactas, em que o forte são as compras de reposição.

Para o consultor da área de supermercados, Gustavo Vannucci, o fato de o hipermercado vender para pessoas jurídicas na unidade de Contagem não significa necessariamente que o grupo vai usar o nome e passar a vender para esse público. “Há grupos que atuam no varejo e no atacado, só que com nomes diferentes, justamente para não perder a identidade e não confundir o consumidor”, diz.

Ele conta que no período pós-pandemia as lojas menores, chamadas também de “lojas vizinhança”, passaram a ganhar força, com destaque para unidades que ocupam de 400 a 500 metros quadrados e com quatro a cinco checkouts (popularmente chamados de caixas). “Isso se deve a mudança no comportamento dos consumidores”, frisa.

Levantamento da Associação Mineira de Supermercados (Amis), confirma essa tendência, já que em 2023 o formato tradicional de supermercado, ou lojas de vizinhança, apresentou maior número de aberturas de supermercados em Minas Gerais, com 48 unidades, seguidas de atacarejo, com 25 pontos.

Vannucci explica que há dois tipos de “missão de compra” feitas pelos consumidores: abastecimento e reposição. No primeiro caso, é a compra do mês, no qual o consumidor pode buscar as grandes lojas, os hipermercados. Já a reposição pode ser diária ou semanal, nesse caso, a preferência tende a ser as lojas de vizinhança.

O conceito que vem ganhando cada vez mais espaço no setor é o de estar mais próximo do consumidor, atendendo-o em suas demandas que podem ser diárias. “Além disso, ele não quer perder tempo com deslocamento, trânsito, para comprar”, observa o especialista.

Determinação do formato

A professora de Marketing e Negócios do Centro Universitário Una, Priscilla Gomes, diz que vários fatores determinam o formato dos empreendimentos, como comodidade, perfil de consumo e até tamanho das famílias. “Antigamente, era mais comum as compras mensais. Hoje, o consumidor tende a fazer compras quinzenais ou mesmo semanais, aumentando a ida aos supermercados”, observa.

Além disso, a preferência por produtos mais naturais e frescos, também faz com que o consumidor amplie suas idas ao supermercado. Outro fator que interfere no perfil do negócio é a questão das áreas de grande dimensão necessárias para os hipermercados que são mais escassas nas grandes cidades, além de, normalmente, estarem localizadas mais distantes da região central, o que faz com que o tempo gasto no deslocamento seja maior.

Apesar do varejo de vizinhança ou de proximidade está ganhando a preferência de muitos consumidores, a professora observa que não basta o empresário apostar numa modalidade de negócio para ter um bom resultado, é necessário conhecer o perfil do consumidor e suas demandas. “O Dia apostou em lojas de vizinhança e não deu certo”, observa.

Em março deste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais aceitou o pedido de recuperação judicial da rede de supermercados Dia Brasil. A dívida da empresa espanhola é da ordem de R$ 1,1 bilhão.

A reportagem procurou o Grupo Carrefour Brasil, que não quis comentar a atuação da marca Carrefour no atacado em Contagem.

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