Vendas de veículos usados crescem 36,4% no Estado

Após enfrentar uma retração de 7,6% em abril, as vendas de carros seminovos e usados, em Minas Gerais, voltaram a crescer em maio. No quinto mês do ano, foi registrada alta de 36,4% na comercialização frente a abril.

Dentre as categorias, o maior avanço foi visto nos seminovos, cujas transações ficaram 40,9% maiores que em abril. Apesar da alta, as negociações neste segmento ficaram 11,8% menores na comparação com maio de 2021 e acumulam queda de 23,3% nos primeiros cinco meses do ano.

No Estado, ao todo, foram comercializadas 147.338 unidades no mês ante as 108.042 registradas em abril. A média diária de vendas por dia útil ficou em 6.697 veículos, superando em 11,6% a média de abril. No acumulado do ano, as operações somam 577.647 unidades, 23,3% a menos que as 753.084 nos primeiros cinco meses de 2021.

No Brasil, segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), o crescimento nas vendas, em maio, foi de 24,9% em relação às de abril, chegando a um total de 1.173.293 unidades, contra 939.182 no quarto mês do ano. A entidade também registrou um resultado positivo de 2,2% na média diária de vendas em maio.

Assim como em Minas Gerais, apesar do resultado positivo em maio e o volume expressivo de unidades vendidas no acumulado do ano, 4.879.357 veículos, o número ainda é 19,1% inferior ao registrado no mesmo período de 2021, quando as negociações somavam 6.030.983 unidades.

O presidente da Fenauto, Enilson Sales, estima uma leve recuperação das vendas. “A expectativa da Fenauto, até o final do primeiro semestre deste ano, é a de um equilíbrio ou de uma lenta recuperação sem grandes oscilações nas vendas, tanto para baixo quanto para cima”.

O diretor de Planejamento e Marketing da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg) e diretor Comercial da AutoMaia Veículos, Flávio Maia, explica que o carro, com a pandemia de Covid-19, se tornou uma barreira sanitária e, no ano passado, com a falta de carros novos, as vendas foram fortemente estimuladas.

“Com a pandemia, todo mundo que pôde adquirir um veículo para evitar um transporte coletivo ou até mesmo o por aplicativo, o fez. Então, vimos um crescimento muito forte no segmento e uma busca muito grande e maior pelos seminovos do que pelo zero, que estava em falta. Vimos um boom das vendas no ano passado”.

Após o movimento de forte alta, Maia, explica que, nos primeiros três meses de 2022, como era esperado, houve uma acomodação do mercado, voltando à normalidade de antes da pandemia.

“Ainda assim, os números são extremamente positivos se compararmos com o período antes da pandemia”.

Em maio, a alta nas vendas surpreendeu o setor, que esperava um aumento nas vendas de 10% a 15%.

“Os números de maio foram uma surpresa. Quando pegamos os números, vimos o Brasil com alta de 29,9% nas vendas e Minas Gerais com alta de 36,5%”, explicou Maia.

Incertezas

Em relação às expectativas para os próximos meses, Maia explica que é difícil fazer qualquer tipo de previsão, devido ao ano conturbado, com aumento da taxa de juros e eleição.

“Esperamos que o mercado tenha crescimento no ano, mas não na mesma magnitude que a gente teve de 2020 para 2021. A gente tem alguns fatores que podem favorecer o segmento, como a piora muito grande no transporte público, com volume menor de ônibus rodando. Tivemos também uma piora na qualidade do transporte por aplicativo”.

Ainda segundo Maia, outra coisa que pode favorecer é a troca dos carros. “Vemos um movimento muito grande de clientes que têm carros menos econômicos em busca pelos populares e mais econômicos, fruto do aumento da gasolina”.

Com o aperto financeiro, famílias também estão trocando carros mais caros e financiados, por modelos mais simples e de menor valor. Este fator também favorece as vendas de seminovos e usados.

Produção de motocicletas cresce 22,9%

São Paulo – Nos cinco primeiros meses do ano, a produção de motocicletas cresceu 22,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, com a fabricação de 569.598 unidades, informou ontem a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Segundo a associação, esse foi o melhor desempenho para o período desde 2015.

O resultado também foi positivo na comparação com maio, quando foram produzidas 129.781 motocicletas, o que representou alta de 15,2% em comparação a abril. Na comparação anual em relação a maio do ano passado, a alta foi de 25%.

Em relação às vendas de motocicletas no varejo, a alta foi de 25,6% no acumulado do ano, totalizando 515.724 unidades comercializadas. Considerando-se apenas o mês de maio, os emplacamentos registraram o melhor resultado do ano, com o licenciamento de 133.344 unidades, alta de 23,8% em relação a abril e de 20,8% em relação a maio do ano passado. De acordo com a Abraciclo, esse foi o melhor desempenho para um mês de maio desde 2012.

A maior parte dos emplacamentos de motocicletas nos cinco primeiros meses desse ano ocorreu na região Sudeste (38,6% do total), seguida pelo Nordeste (30,1%).

Exportações

De janeiro e maio deste ano foram exportadas 20.523 motocicletas, o que representou queda de 6,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Considerando-se apenas o mês de maio, as exportações cresceram 51,8% na comparação com abril, com o volume de 5.990 veículos negociados. (ABr)