Economia

Case IH anuncia testes em safra completa da 1ª colhedora de cana movida a etanol

Tecnologia tem potencial de reduzir custos e emissões de carbono do setor produtivo
Case IH anuncia testes em safra completa da 1ª colhedora de cana movida a etanol
Crédito: Reprodução Site Oficial Case IH

São Paulo – A Case IH, do grupo CNH, anunciou na sexta-feira (21) que iniciará testes em campo durante toda uma safra da primeira colhedora de cana-de-açúcar movida a etanol, tecnologia com potencial de reduzir custos e também emissões de carbono do setor produtivo, já que a indústria produziria o combustível renovável a ser utilizado nas máquinas.

Os testes, realizados em parceria com o grupo São Martinho, são um passo importante para a implementação da tecnologia em escala comercial, algo ainda sem data para acontecer. Atualmente, as colheitadeiras são movidas a diesel, mais poluentes.

A Case IH — a primeira empresa a testar em campo um equipamento do porte de uma colhedora de cana em projeto de motor no ciclo Otto, o mesmo utilizado em carros flex — afirmou que a máquina será testada ao longo de toda a safra 2025/26, que se inicia em abril no Centro-Sul do Brasil.

“A Case IH tem investido há anos em propulsores alternativos, e vimos que o etanol é a melhor solução, principalmente para o Brasil”, afirmou o vice-presidente da Case IH para América Latina, Christian Gonzalez, em nota.

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Segundo ele, isso é explicado por diversos fatores: o etanol é um combustível produzido pelos próprios clientes, as indústrias de cana, e amplamente utilizado no País.

O primeiro teste de campo, em dezembro, na unidade de Pradópolis, da São Martinho, foi promissor, mas durou pouco, já que a colheita estava praticamente encerrada, segundo a empresa.

“Já nesse primeiro teste, a colhedora teve excelente performance, conseguindo trabalhar em níveis similares de produtividade e eficiência que a versão a diesel, mesmo em canas de alta produtividade”, afirmou Gonzales. Ele disse que a companhia havia testado outras versões e tecnologias no passado, mas não obteve os resultados “promissores” dessa versão.

“Durante essa safra, continuaremos a testar e desenvolver o motor para chegar ao seu máximo potencial, e, em paralelo, iniciaremos o desenvolvimento em outras classes de motores e produtos”, disse.

Projeto transformador

Em comunicado, o CEO da São Martinho, Fábio Venturelli, afirmou que o projeto pode ser transformador para o setor sucroalcooleiro e também para toda a indústria agrícola, que poderá reduzir sua “pegada de carbono” com a utilização de um combustível renovável.

O uso de etanol, que proporciona uma redução de até 90% na emissão de gases de efeito estufa (GEE) em relação aos combustíveis fósseis, contribuiria para as metas ambientais e regulatórias do meio agrícola, como o mercado de créditos de descarbonização (CBios), que são emitidos pelos produtores de biocombustíveis.

Além disso, máquinas agrícolas movidas a etanol garantiriam redução de custos operacionais, com menos oscilações de preços em relação aos derivados do petróleo.

Reportagem distribuída pela Reuters

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