Economia

CBL estuda dobrar produção de lítio em Minas Gerais ainda neste ano

Companhia deve realizar investimentos de US$ 70 milhões, o equivalente a R$ 360 milhões, na mina da Cachoeira
CBL estuda dobrar produção de lítio em Minas Gerais ainda neste ano
Ampliação da mineração de lítio já estaria provocando "severa restrição hídrica", segundo MP. | Foto: Reuters/ Washington Alves

A Companhia Brasileira do Lítio (CBL) estuda duplicar sua produção atual de 45 mil toneladas por ano de concentrado de lítio na mina da Cachoeira, situada nos municípios de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, também conhecido como Vale do Lítio. Para isso, deve investir cerca de US$ 70 milhões, o equivalente a R$ 360 milhões pela cotação atual, na planta.

Na planta de industrialização química, em Divisa Alegre, quase na divisa com a Bahia, o plano é triplicar a capacidade de produção de carbonato e hidróxido de lítio, chegando a 6 mil toneladas por ano de LCE, o carbonato de lítio equivalente, que é referência no mercado.

Segundo o CEO da CBL, Vinícius Alvarenga, a empresa está na fase inicial das discussões para fazer investimentos nas possíveis ampliações, visando aumentar a produção do mineral e expandir a quantidade dos compostos. “O valor do investimento, como ainda está em estudo, pode ser maior ou menor que o estimado, mas ainda assim, faremos”, afirmou. Segundo ele, os prazos para os investimentos da CBL na extração do lítio em Minas Gerais ainda não foram definidos.

Localizada nos municípios de Araçuaí e Itinga, a mina subterrânea – denominada Mina da Cachoeira – possui galerias que atingem até 220 metros de profundidade e 14 quilômetros de extensão. A lavra é feita pelo método sublevel stoping, com padrões extremos de segurança, o que inclui equipamentos comandados por controle remoto, perfuratrizes Jumbo e Fandrill, software de sequenciamento de lavra, estudos e acompanhamento geomecânico. Recentemente, a empresa implantou um sistema de monitoramento geomecânico dinâmico microssísmico, tornando a CBL uma das poucas brasileiras a utilizar esta tecnologia.

De acordo com o CEO, a empresa obteve este ano o selo BV ESG 360, desenvolvido pela Bureau Veritas, com o objetivo de entender o nível de maturidade sustentável da empresa de forma 360º e diagnosticar e mensurar os principais cenários de melhoria dentro das métricas sustentáveis até a obtenção da certificação. “Obtivemos a certificação e acreditamos na extrema importância de garantir aos clientes que operamos com Governança Ambiental, Social e Corporativa (ESG). Somos a única do mundo com essa certificação”, comemorou.

A demanda por baterias de lítio nos Estados Unidos deve crescer mais de seis vezes e se traduzir em US$ 55 bilhões por ano até o final da década, mas ainda assim o País deve depender de importações para abastecimento, acrescentou o relatório da aliança público-privada Li-Bridge.

De olho nesse mercado, empresas instaladas no Vale do Lítio, localizado no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, estão atentas e promovendo investimentos na produção. Como é o caso da Atlas Lithium, que pretende investir R$ 1 bilhão em cinco cidades de Minas Gerais, incluindo seu projeto de extração e beneficiamento de lítio, no Vale do Jequitinhonha, que receberá a maioria dos investimentos, com estimativa de R$ 750 milhões. 

Outra empresa é a Sigma Lithium, que vai praticamente duplicar sua produção de lítio verde no complexo industrial Grota do Cirilo, também no Vale do Jequitinhonha, após seu conselho de administração aprovar investimentos de US$ 100 milhões (cerca de R$ 505 milhões) na instalação de uma segunda linha.

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