CBMM desenvolve nióbio para aplicação em bateria automotiva

A CBMM e a Volkswagen Caminhões e Ônibus devem apresentar ao mercado brasileiro no primeiro semestre deste ano o resultado da parceria entre as duas empresas: o ônibus elétrico com baterias automotivas de nióbio. O objetivo do trabalho em conjunto foi o desenvolvimento e a aplicação de baterias de recarga ultrarrápida para utilização em veículos elétricos concebidos pela montadora.
O uso do nióbio com essa finalidade é inédito na indústria automotiva mundial. O uso do óxido de nióbio no ânodo da bateria vai permitir uma operação de carregamento ultrarrápido, em menos de 10 minutos, maior durabilidade, vida útil e segurança.
De olho no mercado, a CBMM está investindo cada vez mais no mercado de baterias. “Não vai sair bateria de Araxá, isso é muito distante do nosso core business. São produtos, são pós, contendo nióbio, que tem muita tecnologia embarcada para poder funcionar”, esclarece o head de Produtos de Baterias da CBMM, Rogério Marques Ribas. A fabricação das baterias é de responsabilidade dos parceiros.
Hoje, 35% dos investimentos em tecnologia da produtora e comercializadora de nióbio é destinado ao Programa de Baterias. Criado em 2019, o programa conta atualmente com 41 projetos espalhados por diversos países, como Japão, Coreia do Sul, China, Estados Unidos, além de Europa e Brasil. São cerca de 500 pessoas envolvidas no projeto por meio de parcerias. O projeto piloto da companhia ocupa uma área de mil metros quadrados em Araxá, no Alto Paranaíba, e conta com o trabalho de 20 pessoas. Há anos, a empresa vem estudando novas aplicações do nióbio fora da metalurgia.
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Plano de investimentos
Em dezembro do ano passado, a CBMM informou que planeja investir US$ 80 milhões para atingir em 2024 a capacidade de produção de 3 mil toneladas por ano de óxido de nióbio para aplicações no segmento de baterias de alta potência, contra as então 500 toneladas. Parte do aporte será usada na construção de uma nova planta de óxidos de nióbio, com capacidade de fornecimento de 2.000 toneladas/ano, material equivalente a 1 GWh de produção de células de baterias de íons de lítio.
O investimento é resultado de uma parceria com a empresa Echion Technologies, do Reino Unido. O material será aplicado na tecnologia exclusiva da Echion chamada XNO®, que utiliza o óxido de nióbio no ânodo das células das baterias, promovendo benefícios como segurança, carregamento ultrarrápido e maior vida útil.
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