CBMM vai inaugurar nova planta industrial de nióbio em parceria com a Toshiba em 2025

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) irá inaugurar no início de 2025, em Araxá, no Alto Paranaíba, uma nova planta industrial para produção em larga escala de óxidos mistos de nióbio para baterias, com uma tecnologia desenvolvida em parceria com a Toshiba Corporation. A capacidade de produção será de mil toneladas por ano (t/a).
Em 2018, a CBMM formalizou uma parceria com a empresa japonesa para desenvolver baterias de lítio com ânodos de óxidos mistos de nióbio e titânio, principalmente para veículos elétricos de passeio até máquinas pesadas. A companhia tem uma parceria com a Volkswagen Caminhões e Ônibus para testar em ônibus elétricos as baterias desenvolvidas com a Toshiba.
A nova planta entrará em operação poucos meses após a inauguração de outra unidade fabril de óxidos mistos de nióbio para baterias, no complexo industrial da companhia, dessa vez com tecnologia XNO, de propriedade da inglesa Echion Technologies, similar à da japonesa Toshiba, conforme revelou o gerente-executivo do programa de baterias da CBMM, Rogério Ribas.
A nova planta está em fase final de implementação em Araxá. “Em breve, a gente deve ter o anúncio da planta industrial com a tecnologia da Toshiba, que é uma tecnologia similar ao XNO, mas é uma outra tecnologia”, disse Ribas.
O gerente-executivo da companhia ainda disse que novas plantas industriais no complexo de Araxá podem surgir no futuro. A CBMM tem capacidade produtiva de 150 mil t/a de produtos de nióbio, nível superior à atual demanda do mercado global. “Se o programa de tecnologia for entregando, a próxima etapa é exatamente a capacidade de crescer o mercado, parcerias estratégicas. A perspectiva é realmente ter coisas novas nos próximos anos”, completou.
O programa contou com investimento de R$ 250 milhões neste ano. O CEO da CBMM, Ricardo Lima, disse que o aporte será entre R$ 250 milhões a R$ 300 milhões em 2025. “Não temos um limite do quanto vamos colocar de recursos em programas de desenvolvimento. Temos, sim, a busca por bons projetos. À medida que temos um, mesmo que esteja pouco acima do previsto, nós apostamos, porque é isso que vai construir o futuro da companhia”, disse.
A divisão de materiais e tecnologia para baterias da CBMM recebeu cerca de R$ 80 milhões em recursos neste ano. A companhia pretende continuar na liderança do mercado, com aumento no volume de vendas e diversificação da receita por meio de produtos fora do aço. Hoje, esses produtos detêm a participação de 25% da receita da CBMM, mas, até 2027, o CEO estima que a participação deve passar dos 30% – meta estabelecida para 2030.
Lima explica que a CBMM começou a desenvolver novas aplicações para que a companhia pudesse repetir o êxito com o uso do nióbio em outras indústrias. Além das baterias, a CBMM atua com nióbio na indústria óptica e aeroespacial, e no desenvolvimento de nanomateriais com aplicação em motores elétricos.
A CBMM investiu R$ 100 milhões no último ano em sua frente de Novos Negócios, em tecnologias que aceleram a adoção do nióbio no mercado de baterias de íons de lítio. “Estamos buscando cada vez mais diversificar o mercado, para que a gente possa ter aplicação de nióbio crescente em aplicações em todo o mundo”, finaliza o CEO da empresa.
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