CCR investe R$ 45 milhões no Aeroporto da Pampulha; saiba mais

Desde que assumiu a gestão do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade, mais conhecido como Aeroporto da Pampulha, na Capital, em maio de 2022, a CCR Aeroportos já investiu cerca de R$ 45 milhões no local. As primeiras ações da empresa foram direcionadas para a infraestrutura, de modo a tornar as operações ainda mais seguras, e preparação da área para futuras intervenções.
A concessionária realizou melhorias no cabeamento do balizamento, no próprio balizamento das taxiways, na pavimentação, com a revitalização de trincas na pista de pouso e decolagem (PPD), na sinalização do pátio 2, que passou a ser homologado, e na instalação do Indicador de Trajetória de Aproximação de Precisão (Papi) em uma das cabeceiras. Também fez a supressão de 46 árvores no aeródromo e entorno, e iniciou a reparação de cercas e muros que estavam sucateados.
As informações são do gerente do Aeroporto da Pampulha, Fabiano Reis, em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio. Segundo ele, essas adequações, mais os custos com manutenções para manter o equipamento operacional, somaram aproximadamente R$ 5 milhões, valor que está incluso nos R$ 151 milhões que a CCR precisa investir ao longo dos 30 anos de concessão.
Conforme o responsável pelo local, a fase de maior investimento do contrato está prevista para começar em janeiro de 2025 e terminar em abril de 2026, porém, o grupo considera que já começou os trabalhos, visto que revitalizou parte da PPD, uma das obrigações dessa etapa. Mas para conseguir, de fato, executar os demais deveres, como melhorar o terminal de passageiros (TPS), a companhia teve que recuar e investir em um sistema de drenagem, de acordo com ele.
Representando um aporte de R$ 40 milhões à parte da obrigação contratual, a CCR está construindo uma nova rede de microdrenagem na Praça Bagatelle, canais de escoamento e bacia de detenção, obra que se estende desde o espaço público até a cabeceira 13 do aeródromo. Com estimativa de conclusão até o fim deste ano, a intervenção é considerada crucial para o aeroporto e também para a população, pois visa mitigar os históricos alagamentos que impactam a região.
“A bacia de detenção terá capacidade para 16 mil metros cúbicos (m³) de água. Fizemos um estudo, analisando os últimos cinquenta anos, para identificar o volume de água que caía em Belo Horizonte e causava essas inundações. Esse volume chegava no máximo a 12 mil m³. Estamos construindo algo maior para não ter nenhum risco de os alagamentos continuarem”, destacou Reis.
Terceiro maior aeródromo do Brasil na aviação geral
O Aeroporto da Pampulha tem uma grande importância para a aviação e para os negócios da CCR, de acordo com o responsável pelo equipamento. Ele realça que são 160 operações diárias, em média, no aeródromo, sendo que, em maio, o espaço belo-horizontino registrou 4,8 mil operações, colocando-o como o terceiro maior do País em pousos e decolagens na aviação geral.
Em 2023, o aeródromo teve 55 mil voos, segundo Reis. O bom desempenho tem contribuído para a empresa ser líder no ranking da aviação geral, ainda que não seja a gestora dos dois maiores aeroportos do tipo, de Jacarepaguá (Rio de Janeiro) e Campo de Marte (São Paulo). Conforme ele, se retirado a frota de helicópteros desses locais, Pampulha seria o maior em movimentação.
“Para ter uma dimensão, se analisarmos a aviação inteira, considerando até a regular, somos o 14º aeroporto com maior movimentação do Brasil. Estamos na frente de aeroportos enormes e de outras categorias, como Guarulhos (São Paulo) e Brasília (Distrito Federal). Isso mostra a capacidade Aeroporto da Pampulha e o quanto ele é importante para a aviação”, reiterou.
Volta de voos comerciais, conexão com Confins para cargas e projeto Cidade de Hangares
No ano passado, rumores indicavam que poderia haver a retomada dos voos comerciais de grande porte no Aeroporto da Pampulha, mas isso não aconteceu. À reportagem perguntou Reis sobre uma possível volta desse tipo de operação, que não ocorre no local desde 2019, mas ele rechaçou a possibilidade em razão do que está estabelecido no contrato de concessão do aeródromo.
“O nosso contrato define a categoria do aeroporto, que é direcionado para a aviação geral, executiva, charter ou fretamento. Ou seja, não permite que a gente explore aviação comercial nesse momento. Então não temos previsão enquanto tivermos com esse contrato”, salientou.
À época da assinatura da cessão do equipamento pelo governo de Minas Gerais, chegou a ser dito que a ideia era que o espaço recebesse cargas, além de passageiros, e que tivesse uma conexão com o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), também operado pela CCR, por meio da BH Airport. Questionado, o gerente do Aeroporto da Pampulha disse que esse projeto não é algo que está em estudo atualmente.
Hoje, uma das iniciativas em análise é o Cidade de Hangares, empreendimento que a companhia pretende implantar no local para oferecer infraestrutura para atender à demanda da aviação geral e executiva. Reis afirma que esse projeto é importante para a empresa e para o desenvolvimento socioeconômico da própria aviação, contudo, alguns pontos continuam em avaliação, embora já exista a área para implantá-lo. Serão cerca de 15 lotes, com 4 mil metros quadrados cada.
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