Economia

Ceia de Natal: padarias esperam aumento de 3% nas vendas e encomendas

Expectativa é da Amipão, que projeta bom faturamento neste mês de dezembro frente a 2023
Ceia de Natal: padarias esperam aumento de 3% nas vendas e encomendas
Foto: Adobe Stock

A ceia de Natal é um dos momentos mais aguardados nas comemorações de final de ano. Para garantir a mesa farta, a movimentação nas padarias já começou. A expectativa do Sindicato e Associação Panificação e Confeitaria de Minas Gerais (Amipão) é que o aumento das vendas e encomendas este ano seja 3% maior no Estado se comparado com o mesmo período do ano passado.

Encomendar a ceia pronta, assar apenas as carnes na padaria ou comprar os produtos para cozinhar em casa. Independente da maneira, a data comemorativa movimenta o setor. Conforme o presidente da Amipão, Vinícius Dantas, mesmo com a projeção feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) de aumento de 5,8% nos preços dos produtos mais consumidos na ceia de Natal, o faturamento esperado nas padarias no mês de dezembro é positivo. 

“O comércio está mais aquecido. Com a inflação, as pessoas não conseguem adquirir bens duráveis e isso faz com que elas se alimentem melhor. Com a taxa de juros alta, fica mais difícil elas adquirirem produtos mais caros e o alimento ainda é possível”, analisa Dantas.

O empresário e proprietário da rede de panificação Padaria Araújo e idealizador do hub de gestão de padaria e confeitaria “Vida de Padaria”, Pedro Cotta, também espera uma melhora nas vendas este ano, se comparado com 2023. Ele conta que só nos dias 24 e 31 de dezembro são esperadas em apenas uma de suas unidades cerca de 5 mil pessoas em cada um desses dias. “Tem muitas festas em dezembro, mais renda em circulação e mais gente confraternizando. O movimento realmente aumenta e este ano será melhor”, acredita.

O bom desempenho da economia e o aumento do número de pessoas que não cozinham em casa e que se alimentam fora do lar são, para Cotta, outros fatores que contribuem com a melhora nas vendas, sobretudo nessa época. “É uma geração que quer praticidade, que não cozinha, que pede delivery e que come mais fora de casa”, acrescenta. Além disso, Cotta comenta que o mês de dezembro é o mês em que mais renda circula, consequências do 13º salário e do adicional de férias.

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Custo do negócio para o setor de padarias está mais caro

Se o final do ano é um momento de perseverança para o setor, é também um momento em que demanda resiliência para superar os desafios. Além do aumento do preço de insumos importantes como óleo de soja, energia e trigo, muitos deles sensíveis às variações do dólar, o setor enfrenta o problema com a mão de obra.

“Para nós, o mais caro tem sido reter os funcionários mais antigos. Tivemos que fazer uma negociação e melhorar a questão salarial para não perdê-los”, afirma Dantas.

A carência do transporte público é outro ponto relevante. “Tem muitos locais que o transporte público não roda aos domingos. Então, eu deixo de pagar a tarifa de ônibus para pagar um aplicativo ou um táxi, triplicando, às vezes, o meu custo”, diz Dantas.

Acréscimos de custos que acabam sendo gradualmente repassados para o consumidor. “Alguém tem que pagar esta conta. O setor de padaria é um setor que funciona 24 horas, 365 dias ao ano. Temos uma operação complexa, com muitos produtos perecíveis. Também somos sensíveis às altas da energia. A bandeira vermelha aumenta consideravelmente a nossa conta de luz”, diz Pedro Cotta.

O empresário ressalta que “da porta para fora”, ou seja, problemas como as crises política ou climáticas, contaminação alimentar ou defeito de equipamento são mais difíceis de controlar ou prever. “Então, da porta para dentro, é preciso saber gerir os negócios: precificação, gestão de pessoas e modernização são sempre necessárias”, pontua.

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