Energia recuperada com fiscalização de “gatos” em Minas representa economia de R$ 205 milhões

Com foco na regularização e na garantia da medição correta do consumo dos clientes, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realizou, nos seis primeiros meses de 2024, mais de 184 mil inspeções nas instalações em toda a área de concessão da companhia, que abrange 774 municípios. Com a ação, foram identificadas mais de 75 mil irregularidades nas instalações, os chamados “gatos”, no Estado. Em termos financeiros, a energia recuperada no período representa cerca de R$ 205 milhões.
Apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), foram inspecionadas mais de 103 mil unidades consumidoras durante o período, sendo que, em mais da metade desses serviços, em torno de 53 mil, foram constatadas irregularidades. Apenas na RMBH, a energia recuperada representa algo em torno de R$ 118 milhões.
De acordo com o supervisor de Relacionamento com Clientes da Cemig, Alexandre Ribeiro Almeida, a empresa está com dois projetos em andamento de blindagem da rede para coibir as irregularidades nas instalações. “Com esses projetos ficará quase impossível o cliente ter acesso à rede de energia. Começamos a primeira etapa com cerca de três mil unidades consumidoras na RMBH e esperamos, em breve, blindar 100% das regiões onde são maiores os índices de ocorrências”, adiantou.

No ano passado, a Cemig realizou mais de 378 mil inspeções em unidades consumidoras de todo o Estado. Destas inspeções, quase 153 mil foram consideradas procedentes, a partir da constatação de irregularidades na medição. Em termos financeiros, a energia recuperada em 2023 representou cerca de R$ 310 milhões.
Na RMBH, no último ano, foram realizadas mais de 216 mil inspeções, com cerca de 99 mil irregularidades comprovadas. Em valores, as irregularidades registradas na região no ano passado representam cerca de R$ 223 milhões.
Segundo Almeida, a RMBH é onde são encontradas mais ocorrências. “Com esse cenário, estamos trabalhando com conscientização, pois, além da perda de energia, o prejuízo é repassado para todos os outros consumidores. Além disso, ainda ocorrem muitos acidentes, as redes acabam sobrecarregadas, o que acaba ocasionando incêndios ou a queima de aparelhos”, advertiu.
O supervisor também destacou que, quando confirmadas as irregularidades nas instalações da Cemig, “os responsáveis devem ressarcir a empresa em relação ao montante de energia consumida que não havia sido faturada, além de arcar com custos administrativos. Além disso, as consequências deste tipo de ligação irregular podem ser não apenas financeiras, mas também criminais, pois o furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até oito anos de reclusão e ainda pode ser enquadrado no artigo 171, que trata do estelionato”, finalizou o supervisor.
Para identificar as instalações com suspeita de fraude, a Cemig possui um Centro Integrado de Medição (CIM) no qual equipes especializadas realizam o monitoramento do consumo dos mais de 9 milhões de consumidores em todo o Estado.
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