Cemig GT instalará usinas solares em parceria

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou ontem que a sua subsidiária Cemig Geração e Transmissão (Cemig GT) fechou contrato de fornecimento com a CET Brazil, subsidiária da State Grid Corporation of China (State Grid), para implantação das usinas solares fotovoltaicas Boa Esperança e Jusante, ambas em Minas Gerais. Os projetos são orçados em R$ 824 milhões.
De acordo com a companhia, a UFV Boa Esperança possuirá 85MW de potência instalada em inversor (aproximadamente 100,4 MWp), localizada em terreno de propriedade da Cemig GT, em Montes Claros, no Norte de Minas.
A UFV Jusante será composta por sete usinas de 10MW cada, totalizando 70MW de potência instalada em inversor (aproximadamente 87 MWp), localizada em terreno de propriedade da Cemig GT, município de São Gonçalo do Abaeté ( Noroeste).
Do total a ser investido nos projetos, R$ 447 milhões serão para a UFV Boa Esperança e R$ 377 milhões para a UFV Jusante.
Ambos os projetos foram desenvolvidos integralmente pela engenharia da Cemig GT e foram viabilizados por meio de negociações da energia a clientes livres na modalidade de autoprodução pelo prazo médio de 20 anos. O cronograma dos projetos prevê a energização das usinas até setembro de 2023.
“A implantação dessas usinas está alinhada ao planejamento estratégico do Grupo Cemig, reforçando sua atuação no segmento de energias renováveis, com rentabilidade compatível com o custo de capital da Companhia para esse tipo de projeto”, conclui a companhia em comunicado.
Projetos
A companhia vem investindo pesado no segmento de energia solar. Em abril, por exemplo, por meio de sua subsidiária Cemig SIM, cujas atividades são centradas na geração distribuída, anunciou a compra de 49% das participações da G2 Energia e da Apolo Empreendimentos e Energia, em uma operação avaliada em R$ 37,2 milhões.
Conforme divulgou a empresa, a compra de novas fatias de unidades geradoras faz parte do crescimento contínuo e da estratégia da empresa de aumentar a parcela de energia disponibilizada ao mercado. A empresa estima que durante todo o ano devem ser investidos até R$ 310 milhões para seguir com o projeto de aquisição e construção de fazendas solares.
Aportes –Minas Gerais concentra grande parte dos investimentos do setor de energia solar no País. Mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) aponta que o Estado já atraiu R$ 9,7 bilhões em aportes.
No Brasil, existem mais de 16,4 GW operacionais, sendo 1,8 GW em Minas. Além disso, o setor gerou nacionalmente 482 mil novos empregos. Destes, 55,2 mil foram em cidades mineiras.
Orion-E e Bolt anunciam acordo bilionário no País
São Paulo – A empresa de infraestrutura energética Orion-E anunciou ontem um acordo para desenvolvimento e entrega de usinas solares fotovoltaica à comercializadora Bolt Energy.
Os projetos, enquadrados na modalidade de geração distribuída, somam 500 megawatts (MW) de potência e devem exigir cerca de R$ 3,2 bilhões em investimentos, disse à Reuters o CCO da Orion-E, Hugo Albuquerque.
Pelos termos da parceria, a Orion-E fica responsável por desenvolver os empreendimentos, validar a parte técnica e a estruturação financeira, além de auxiliar no financiamento da usina construída e já performada.
Já a Bolt fará a parte comercial junto aos consumidores finais, atuando na venda e compensação da energia gerada. Para comercializadoras, possuir ativos próprios de geração vem se tornando cada vez mais importante para garantir lastro energético nas operações de compra e venda de energia junto aos clientes.
As usinas solares do projeto com a Bolt, batizado de Rigel600, ficarão espalhadas em vários estados do País, como Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Distrito Federal, e serão entregues ao longo dos próximos 24 meses.
Segundo Albuquerque, a Orion-E, que iniciou operações no ano passado, já possui uma carteira de 1,2 GW em projetos de diferentes portes das fontes solar e eólica desenvolvidos ou em desenvolvimento. A empresa não revela quantos de seus empreendimentos já estão operacionais ou nomes de outros clientes.
O executivo afirma que a estratégia da Orion-E é atuar numa “lacuna” do mercado, agregando mais serviços aos clientes do que uma simples EPCista construtora de projetos. Para isso, apoia-se na expertise de outras empresas do grupo controlador –a Orion-E é uma investida da One Serviços Digitas, fintech de empréstimos consignados com atuação também nos ramos de logística, reciclagem, arte, moda e varejo de luxo.
Nos próximos anos, a companhia tem a meta de investir um total de R$ 5 bilhões nos segmento de geração distribuída (usinas de pequeno porte), geração centralizada e microgeração.
O montante inclui recursos para o acordo com a Bolt e outros projetos paralelos, como o “Três Marias”, voltado a soluções energéticas para o pequeno produtor do agronegócio.
O projeto Três Marias, cujo piloto será lançado nos próximos meses com 300 propriedades rurais, prevê colaboração com a agricultura familiar, arrendando terras para a produção de energia solar na modalidade da microgeração, com 75 kilowatts-pico (kWp). (Reuters)
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