Economia

Cemig investe R$ 190 mi em automatização

Cemig investe R$ 190 mi em automatização
Crédito: REUTERS/Ueslei Marcelino

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou ontem que está investindo aproximadamente R$ 190 milhões para automatiza o sistema elétrico. O investimento, previsto para ser concluído até o final deste ano, deve beneficiar cerca de 614 cidades mineiras.

A modernização está sendo feita por meio da instalação de religadores e outros equipamentos na rede elétrica de distribuição de energia desses municípios, informa a companhia, em nota.

De acordo com o diretor da Cemig Distribuição, Ronaldo Gomes de Abreu, os religadores trazem um grande benefício para a continuidade do fornecimento de energia, pois recompõem o sistema elétrico automaticamente, no menor tempo possível, em caso de interrupção.

“A Cemig está investindo muito para aumentar a confiabilidade da sua rede de distribuição de energia. E esses equipamentos são fundamentais para o rápido restabelecimento dos nossos clientes, em caso de ocorrências no sistema elétrico. Dessa forma, quando uma árvore cai sobre a rede elétrica, por exemplo, e interrompe o fornecimento de energia, o sistema já identifica o ponto onde houve a interrupção, e o religador isola a área danificada e normaliza imediatamente o fornecimento de energia para os clientes que tiveram o serviço interrompido”, explica.

A Cemig possui a maior rede de distribuição de energia elétrica da América do Sul, com mais de cerca de 540 mil quilômetros de linhas e redes. Os religadores são instalados nas redes elétricas urbanas e rurais.

“Nos centros urbanos, a instalação dos equipamentos busca atender áreas com grande concentração populacional e de manutenção da vida, como hospitais, e assim garantir a continuidade do abastecimento para o maior número de clientes em caso de perturbação transitória na rede elétrica. Em áreas rurais, em que os circuitos são longos e atendem a clientes muitas vezes dispersos, a instalação de religadores agiliza o restabelecimento a esses instalações”, afirma o diretor.

Em caso de defeito na rede elétrica de distribuição, como sobrecarga por curto circuito, os religadores automáticos realizam vários ciclos de aberturas e fechamentos até a normalidade do sistema elétrico.

Visto que a maioria dos problemas de alimentação é passageira e pode ser provocada por ventanias, raios ou materiais externos, os religadores automáticos atuam, na maioria das vezes, de forma temporária até a resolução da situação que gerou a inconformidade.

Aportes – No período de 2018 a 2022, os investimentos da Cemig em melhorias em linhas de distribuição, subestações, religadores, redes de média e baixa tensão e medidores, por exemplo, compreenderá o montante de R$ 6,2 bilhões.

“O valor contribuirá para viabilizar o desenvolvimento econômico e social do estado, uma vez que será distribuído por todas as regiões de Minas Gerais”, aponta a estatal. Para 2020, os investimentos previstos são da ordem de R$ 1,5 bilhão.

Calendário político deve afetar reforma no setor

São Paulo – Um calendário político pressionado por eleições municipais neste ano e discussões sobre temas como a pandemia de coronavírus e a proposta do governo de reforma tributária devem adiar decisões sobre uma muito discutida reforma do setor elétrico no Brasil, aponta a BMJ Consultores Associados.

O movimento para revisão da regulamentação da indústria de eletricidade, que visa uma liberalização do mercado, começou ainda no governo anterior, sob Michel Temer, e tem sido levado adiante na gestão Bolsonaro, constando da lista de propostas priorizadas pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Mas uma agenda já carregada do governo junto ao Legislativo neste ano e a falta de consenso sobre alguns pontos das complexas mudanças propostas para o setor de energia tornam pouco provável uma aprovação final do texto ainda em 2020.

“Nossa visão é de que tem muita pauta acontecendo e ainda as eleições municipais por trás, sem contar as dificuldades de articulação do governo… é uma reforma muito complexa, a do setor elétrico tem diversos pontos que não são consenso, que precisam ser ajustados, então ela não deve passar esse ano”, disse o consultor Leon Rangel.

Para a consultoria, um projeto de lei sobre a reforma que tramita hoje no Senado deve ser apreciado pelo Plenário da Câmara dos Deputados apenas em 2021.

“A gente acha que a reforma tributária vai seguir o modelo da reforma da Previdência, no sentido de ‘tragar’ o Plenário para o entorno dela. Quando você vai entrar na discussão do setor elétrico, perde um pouco da força do debate. Ela está na lista de prioridades, mas não está, digamos, no imaginário popular, então para um ano eleitoral é complicado”, acrescentou Rangel. (Reuters)

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