Economia

Cemig pode ampliar seu plano de investimentos para R$ 28 bilhões

Aportes previstos pela companhia até 2025 poderão ser incrementados de R$ 22,5 bilhões para R$ 28 bilhões
Cemig pode ampliar seu plano de investimentos para R$ 28 bilhões
Projetos de geração de energia solar devem ser estimulados com o apoio do Sistema Ocemg | Crédito: Amanda Perobelli/Reuters

A Companhia Energética de Minas Gerais S.A. (Cemig) poderá ampliar o seu plano de investimentos de R$ 22,5 bilhões para R$ 28 bilhões até 2025. A informação foi divulgada ontem pela secretária adjunta de Estado de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia.

“Nestes cinco anos, a Cemig pretende reforçar e expandir os negócios atuais aqui em Minas Gerais, e visando à exploração de novas oportunidades para expandir e modernizar a rede de distribuição”, informou a secretária em evento sobre energia solar, realizado na Capital, para cooperativas de crédito de todo o Estado.

Segundo ela, R$ 14,5 bilhões serão destinados para que a estatal possa ampliar a transmissão, geração e comercialização de energia, bem como fortalecer investimentos em tecnologia. Outra aposta, como parte do projeto de expansão, é o aporte de R$ 6,5 bilhões para aumentar a presença da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), no Estado. E, por fim, o valor restante de R$ 1,5 bilhão será destinado para investimentos em inovação.

O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi, explica que, para transmissão, a Cemig propõe investir R$ 1 bilhão em potenciais novos empreendimentos no quinquênio, além de R$ 1,1 bilhão em reforços e melhorias. Há ainda na rota da empresa, a busca de oportunidades de aquisição, que prevê abrangência diretamente em ativos do Estado.

Em relação aos estudos sobre os potenciais de distribuição de energia limpa, o executivo afirma que a Cemig deve apostar em R$ 12,5 bilhões do aporte total previsto. O investimento terá por finalidade garantir a expansão, a modernização e a robustez da rede.

Dentro do que se prevê, o projeto compreende todos os investimentos que serão realizados exclusivamente pela Cemig, não contendo, portanto, aportes originários de parcerias como ocorrido em outras ocasiões. Essa decisão parte de uma avaliação interna pressupondo que o modelo executado anteriormente não alcançou resultados satisfatórios.

Sol de Minas

Para Kathleen Garcia, estas apostas realizadas pela Cemig, assim como ações desenvolvidas pelo programa Sol de Minas, que tem projetado nacionalmente Minas Gerais como o Estado referência em energia solar fotovoltaica, são importantes para o desenvolvimento econômico. “Nós temos atualmente 17,6 GW de potência outorgada total em operação no Estado. E Minas Gerais conta com mais 27,3 GW de potência em construção. Em operação, temos 759 empreendimentos, considerando todas as fontes de energéticas”, ressaltou.

De acordo com o estudo realizado pelo governo estadual, estão presentes no DNA de Minas Gerais 77% de energia hídrica, 11% proveniente de biomassa, 5% de energia fóssil e 7% de energia solar, sendo esta última com a maior potencialidade de credenciamento para os próximos anos. Isso porque a nossa radiação solar tem em média uma variação entre 5,5 e 6,5 Kh/m, sendo vantagem frente aos demais estados brasileiros”, aponta.

Para que o crescimento em energia solar possa avançar de forma acelerada nos próximos anos, Kathleen Garcia enfatiza que há uma série de necessidades pontuais que precisam ser realizadas de forma contínua e que já fazem parte do programa Sol de Minas como um estímulo sustentável.

“O que temos feito como Estado é aumentar a capacidade instalada de geração de energia elétrica em Minas Gerais, simplificando as legislações ambientais e tributárias para facilitar a atração de investimentos. Além disso, temos um trabalho muito importante de capacitar as prefeituras para melhorar o ambiente de negócios voltados para energia sustentável. Isso colabora para que exista um fortalecimento da cadeia produtiva da geração de energia solar fotovoltaica, é capaz de gerar renda e empregos diretos e indiretos”, argumenta.

“Isso tudo nos dá uma dimensão em termos da dimensão de Minas Gerais para vermos qual a estrutura que podemos colocar para girar dentro de três ou quatro anos”, prevê a secretária adjunta.

Projeção

Setores produtivos também buscam fortalecer a projeção de Minas Gerais com a geração de energia limpa. No mês passado, o Estado, por meio do MinasCoop, que é um programa de inovação de geração de energia fotovoltaica realizado pelo cooperativismo mineiro, com fomento do Sistema Ocemg, atingiu a marca histórica de 3,4 GW em operação da fonte solar.

Recentemente, a entidade investiu em três usinas fotovoltaicas nas cidades de Botumirim e Cristália, no Norte de Minas. Superintendente do Sistema Ocemg, Alexandre Gatti Lages explica que na região, as unidades físicas não possuíam espaço suficiente para a instalação de painéis de energia fotovoltaica. “Foi preciso fazer uma parceria de troca-troca com famílias carentes moradoras e proprietárias de terrenos nas duas cidades. Ao mesmo tempo em que conseguimos esses espaços para a implantação das placas, elas passaram a conta com uma renda, melhorando a qualidade de vida”.

Outros empreendimentos pelo Estado também apostam na tecnologia, como forma de ampliar os seus negócios, como é o caso da Coopmetro, que é uma das maiores cooperativas de transportes de carga do País. À frente da marca, o diretor Reginaldo Luciano enfatiza que pretende inaugurar em breve a sua primeira usina de energia limpa e 100% renovável, tendo em vista que será a primeira cooperativa do Brasil a lançar veículos elétricos tendo como fonte a energia fotovoltaica. “A energia solar fotovoltaica é uma revolução. E, entender que energia limpa é mais que uma tendência mundial. É uma necessidade de posicionamento social”, aponta.

Para estimular o desenvolvimento do Mapa de Disponibilidade de Energia Fotovoltaica, a Cemig tem disponibilizado ligações para conexões de empreendimentos fotovoltaicos de geração distribuída. Enquanto isso, o governo de Minas promoveu incentivo fiscal para a produção de energia elétrica de fontes renováveis, prevendo por lei a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS). O incentivo colabora com que a redução possa chegar a 0% sobre equipamentos de geração distribuída de energia elétrica no Estado e com capacidade de até 5 megawatts (MW). O benefício também se aplica à própria energia gerada.

Senado cancela sessão e MP perde a validade

São Paulo – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), cancelou a sessão deliberativa que estava prevista para ontem, segundo informações da Agência Senado, levando à caducidade da Medida Provisória 1.118, que trata de crédito tributário sobre combustíveis e inclui medidas para o setor elétrico.

Aprovada no mês passado pela Câmara dos Deputados, a MP teria de ser votada até hoje para não perder a validade, mas o presidente do Senado convocou outra sessão deliberativa apenas para o dia 4 de outubro, segundo a Agência Senado.

O texto original da MP dispunha sobre a utilização de créditos tributários por empresas que compram combustível para uso próprio, mas ela acabou sendo aprovada por deputados com medidas alheias ao seu teor, incluídas de última hora no parecer do relator, deputado Danilo Forte (União-CE).

Entre as propostas relacionadas ao setor elétrico, estavam a ampliação do prazo para entrada em operação de novos projetos de geração renovável e a aplicação de um “sinal locacional” nas tarifas de transmissão considerando questões de desenvolvimento regional.

A inclusão de “jabutis” do setor elétrico foi criticada por associações como a Abrace, que representa grandes consumidores de energia elétrica e gás, e também por diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Já a associação de energia eólica ABEEólica se posicionou favoravelmente à MP, defendendo que ela age no sentido de ampliar a capacidade de geração renovável no Brasil e que seu impacto aos consumidores seria neutro.

De acordo com a Agência Senado, Pacheco convocou uma nova sessão para o dia 4 de outubro, às 16h, para analisar a MP 1.119/2022, que reabriu o prazo de migração de servidores públicos federais à Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp). (Reuters)

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