Economia

Após mobilização, Cemig recua e reavalia usina solar em Três Marias

As placas fotovoltaicas ocupariam uma área de 55 hectares entre a "Prainha" e o Hotel Grande Lago, em Três Marias
Após mobilização, Cemig recua e reavalia usina solar em Três Marias
A Cemig havia anunciado a instalação de uma usina solar flutuante no reservatório da hidrelétrica de Três Marias, com capacidade de 78 megawatts-pico | Crédito: Divulgação Cemig

Depois de uma intensa mobilização da comunidade local e de alguns deputados estaduais, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) anunciou que vai rever o projeto de instalação de placas fotovoltaicas flutuantes no lago da Usina Hidrelétrica de Três Marias, na região Central de Minas, e que é de propriedade da companhia.

O anúncio foi feito em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada na última sexta-feira (12), quando um representante da estatal confirmou a informação repassada em ofício à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Casa, de que o projeto está suspenso para a reavaliação.

“A sociedade em Três Marias e região se mobilizou muito, demonstrou os prejuízos, apresentou os questionamentos. Não é um resultado definitivo, mas esse posicionamento de reavaliação do projeto, nós consideramos como uma vitória”, disse a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), autora do requerimento da audiência.

As placas fotovoltaicas ocupariam uma área de 55 hectares entre a chamada “Prainha” e o Hotel Grande Lago, região apontada pelos moradores como de grande interesse turístico e ambiental. Em audiências anteriores, os pescadores da região, também já haviam apresentado o medo do afugentamento dos turistas e da alteração da vida aquática, com risco de mortandade de peixes, além da impossibilidade de práticas esportivas e uso da Prainha pela população.

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O superintendente de Desenvolvimento de Projetos da Cemig, Stefano Miranda, alegou, durante audiência, que além das demandas da população, a alteração da liderança da diretoria de Geração e Transmissão motivou nova análise do empreendimento, em sua totalidade. “É natural que quando um diretor novo assume a cadeira, ele queira entender o projeto, as condições, quais os objetivos e quais são os resultados”, disse o representante da estatal durante a audiência.

Procurada pela reportagem, a empresa informou que, no momento, não irá comentar o assunto.

Projeto faz parte do maior plano de investimento da história da Cemig

Em março deste ano, a Cemig havia anunciado o projeto como parte do maior plano de  investimentos da história da companhia, quando seriam investidos R$ 42 bilhões entre este ano e o ano de 2027. O plano original era implantar três usinas solares flutuantes em reservatórios hidrelétricos no Estado. Somente em geração distribuída (GD) seriam aportados R$ 3,2 bilhões para a geração de 274 megawatts-pico (MWp) ao portfólio da Cemig. 

As três usinas solares flutuantes seriam instaladas em:

  • Três Marias, na região Central;
  • Carmo do Cajuru, no Centro-Oeste de Minas;
  • e na hidrelétrica de Araguari, no Triângulo Mineiro.

    Com isso, a expectativa era ampliar a produção em 78 MWp, 39 MWp e 157 MWp, respectivamente.

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