Cemig conclui venda de quatro usinas hidrelétricas para Âmbar Energia por R$ 52 milhões

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) concluiu a venda de quatro usinas hidrelétricas para a Âmbar Energia, do grupo J&F, que pertence aos irmãos Joesley e Wesley Batista, negociadas em leilão por R$ 52 milhões.
A operação teve início em dezembro do ano passado, quando a Âmbar Energia venceu o certame realizado na B3, com ágio de 78,9%, em lote único com a venda de três Usinas Hidrelétricas (UHEs) e uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) que juntas, somam 14,8 megawatts (MW) de capacidade instalada:
- a usina de Marmelos, em Juiz de Fora, na Zona da Mata;
- a usina de Martins, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro;
- a de Sinceridade, em Manhuaçu, também na Zona da Mata;
- e a PCH Machado Mineiro, em Águas Vermelhas, no Norte de Minas.
Com a conclusão do processo, a Âmbar passa a operar 20 unidades hidrelétricas em Minas Gerais e Santa Catarina, ampliando sua presença em geração renovável. Atualmente, a empresa possui um portfólio com 50 unidades geradoras, considerando negócios em fase de fechamento: solares, hidrelétricas, a biodiesel, a biomassa, a biogás, a gás natural, entre outras.
Procurada pela reportagem, a Cemig informou, em nota, que a decisão de venda foi baseada em uma análise técnica e econômico-financeira rigorosa, e que a negociação não impacta a tarifa de energia, regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A nota esclarece ainda que o processo está em conformidade com o planejamento estratégico da companhia, que prevê a alocação prioritária de recursos em empreendimentos mais representativos para o parque gerador da empresa.
A companhia reforça que a negociação não reduz a estrutura da Cemig e que os recursos obtidos serão reinvestidos em ativos maiores, mais eficientes e alinhados à transição energética.
“Um exemplo disso são as construções das usinas solares de Boa Esperança e Jusante, que juntas terão potência instalada superior a 150 MW, o que representa mais de três vezes a capacidade de geração das usinas de pequeno porte que foram a leilão, seguindo todas as regras de ampla concorrência”, diz a empresa no documento.
Âmbar amplia atuação e aposta na geração de energia nuclear
Nesta semana, a Âmbar Energia anunciou a assinatura de um contrato para adquirir a totalidade da participação da Eletrobras na Eletronuclear, responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O negócio, de R$ 535 milhões, marca, segundo a empresa, sua entrada no setor de geração de energia nuclear e reforça sua posição estratégica no sistema elétrico brasileiro.
A assinatura ocorreu no mesmo dia em que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu a revisão do trecho da Constituição sobre energia nuclear para possibilitar seu uso para fins de defesa nacional. A declaração foi feita durante audiência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados.
Na ocasião, ele declarou: “A Constituição vedou e a gente respeitou, mas só será respeitado no mundo aquele que tiver soberania nuclear. Então, vai chegar um momento em que a nossa Constituição, eu acredito, vai ter que ser revista porque nós temos a cadeia nuclear completa e vamos ter que considerar, inclusive, a nuclear para possibilidade de defesa”.
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