Cenário de incertezas afeta a indústria de móveis e colchão

No primeiro trimestre deste ano, a produção de móveis e colchões cresceu em média 4% em relação ao último trimestre do ano passado. Porém, os resultados ainda são negativos na comparação com o mesmo período de 2022 e no acumulado do primeiro semestre, de acordo com o Sindicato das Indústrias do Mobiliário e de Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov-MG).
Na avaliação do presidente do Sindimov-MG, Maurício de Souza Lima, o momento ainda é de incertezas com uma tentativa de adequação ao cenário. “O alto percentual da taxa Selic inibe investimentos. Junto a isso temos a dúvida quanto à reforma tributária”, avaliou.
O sindicato não tem uma projeção de como será o fechamento do ano, mas Souza Lima acredita que “tudo indica para uma estagnação ou uma pequena retração”.
Na visão do presidente da entidade, nem a expectativa de melhora do setor com a volta do financiamento da Caixa Econômica Federal de imóveis pelo Minha Casa, Minha Vida neste mês será suficiente para um crescimento no acumulado deste ano.
“Temos vários desafios, entre os principais a falta de mão de obra qualificada, a concorrência com informais, principalmente para as marcenarias, e o alto custo de transporte”, revela.
Os investimentos do setor também estão suspensos e, de acordo com Souza Lima, a alta taxa de juros seria a causa principal.
Projeções
Para o segundo semestre, ele está mais otimista. O presidente explica que neste início de ano a pequena redução na inflação beneficiou os custos de produção. E espera que com o início da queda da taxa Selic as vendas melhorem.
“Mas as incertezas quanto a investimentos por parte dos consumidores, a alta nos custos de vida e a desconfiança política, não permite projetarmos um número”, pondera.
Em relação à geração de empregos, em função de todo o cenário, as projeções são tímidas em 2023.
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