Economia

Cenário econômico favorece Dia dos Pais deste ano

Fatores diversos contribuem com otimismo de acordo com especialistas
Cenário econômico favorece Dia dos Pais deste ano
Pesquisa apontou também que mais de 34% dos empresários aumentaram estoques para a data | CRÉDITO:ALISSON J. SILVA

O cenário econômico mais estável e otimista vai favorecer o comércio no Dia dos Pais deste ano, de acordo com especialistas ouvidos pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. Inflação em queda, taxa de juros prestes a cair e uma pequena redução do desemprego são alguns dos motivos apontados.

A primeira data comemorativa do segundo semestre, que este ano será dia 13 de agosto, deve injetar na economia de Belo Horizonte R$ 1,71 bilhão, de acordo com estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas da cidade (CDL/BH). O valor, se atingido, seria o maior desde o ano de 2019, quando as vendas geraram R$ 1,81 bilhão. Em relação ao ano passado, a expectativa é que as vendas em torno do Dia dos Pais cresçam 1,55%.

Para Paulo Casaca, economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), a inflação em queda, a possível queda da taxa de juros, o aumento do Auxílio Brasil que ocorreu no início do ano, a queda do preço de alimentos e da gasolina são elementos que ajudam o comerciante a esperar por um resultado melhor. “Esses fatores somados trazem mais otimismo para os empresários”, explica.

A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que a melhora do mercado de trabalho, principalmente o formal, traz um fôlego para a economia. “É uma massa salarial maior que circula e traz otimismo”, diz. Além disso, ela atribui o otimismo também à entrada de capital via 13º salário para os servidores municipais. “É uma renda extra que possibilita as pessoas a consumir”, explica.

O presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva, confirma a boa expectativa dos empresários ao mostrar que a maioria dos 301 comerciantes entrevistados pela pesquisa (47,8%) está otimista e espera crescimento nas vendas. “Nossa pesquisa mostrou que 34,2% dos empresários aumentaram o estoque para atender à demanda e em relação aos gastos dos consumidores com presentes, 28,9% dos lojistas acreditam que irão aumentar em comparação a 2022”, disse.

Ana Paula ainda lembra que a desaceleração da inflação e o programa Desenrola Brasil também são fatores preponderantes para a boa expectativa de vendas. “A queda da inflação dá um fôlego às vendas, principalmente em produtos de primeira necessidade. E o programa do governo propicia que as pessoas limpem o nome para voltar ao mercado de consumo”, analisa. E completa: “É a conjunção de todos estes fatores que levam às perspectivas de crescimento com relação ao ano passado”.

Presente especial

A pesquisa apontou ainda que 70,4% dos empresários entrevistados esperam que cada consumidor compre um presente. E o tíquete médio deverá ser de R$ 175,37, um crescimento de 2,6% em comparação ao último ano.

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A forma de pagamento mais utilizada para a maioria dos comerciantes será o cartão de crédito com pagamento à vista, de acordo com o levantamento. Para Casaca, é uma opção muito voltada para a classe média. “A classe média usa muito o cartão em função da cultura de acumular milhas ou pontos, cash back entre outros recursos de fidelidade que as empresas oferecem”, avalia.

Para Ana Paula, o uso do cartão é o preferido há mais tempo e, agora, concorrendo com o Pix. Com relação ao pagamento à vista, ela explica que “em datas especiais, como o Dia dos Pais, o tíquete médio é menor e cabe no bolso dos consumidores, evitando até um endividamento a longo prazo. Ainda há muitas pessoas endividadas”.

Marketing digital

O marketing digital será a aposta da maioria dos lojistas para divulgação dos produtos. Mais de 70% dos entrevistados apostarão nos recursos do Instagram (70,8%), seguido do WhatsApp (59,8%) e do site da empresa (29,2%).

Para Ana Paula, em função dos dois anos de pandemia, os empresários estão adotando estratégias que não gerem custo adicional. “Então, a divulgação nas redes sociais é uma forma de alcançar um público maior, sem custo ou com custo baixo”, analisa.

E mesmo com todo o cenário positivo, o momento ainda exige atenção aos desafios. “A população brasileira ainda está endividada e os empresários ainda estão se ajustando em relação ao aumento dos insumos, trabalhando com margens de lucro mais estreitas”, diz Casaca. Ele ressalta que por mais que a taxa Selic deva cair, a queda ainda será pequena e ainda se trabalha com juros altos, o que pode frear um pouco o consumidor.

A pesquisa da CDL/BH mostra que para 21,3% dos empresários o aumento do preço dos produtos pode prejudicar as vendas. E para a grande maioria (33,9%), a falta de agilidade e cordialidade no atendimento pode ser o maior desafio.

O que os pais devem ganhar

A maior expectativa de vendas são roupas (31,9%) e acessórios (24,6%),seguido de produtos personalizados (21,9%). Para Ana Paula, “o vestuário possui um tíquete mais baixo e a pessoa acaba dando um bem que o outro precisa e que, ao mesmo tempo, cabe no bolso”, ressalta.

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