Economia

Censo do IBGE: Nova Lima tem maior renda do País, e Nova Serrana se destaca no emprego

Minas se destaca em renda e ocupação, mas ainda enfrenta disparidades de gênero, raça e mobilidade, segundo o Censo 2022
Censo do IBGE: Nova Lima tem maior renda do País, e Nova Serrana se destaca no emprego
Nova Lima | Foto: Reprodução Adobe Stock

Minas Gerais se destacou em duas pontas no Censo 2022: de um lado, Nova Lima aparece como o município com o maior rendimento médio domiciliar per capita do País; de outro, Nova Serrana figura entre os que mais empregam, com o quarto maior nível de ocupação do Brasil. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2022, o rendimento médio de todos os trabalhadores em Minas Gerais foi de R$ 2.586,82 — abaixo da média nacional, de R$ 2.850,64. Nova Lima, no entanto, destoou do cenário nacional e registrou renda média de R$ 6.929,48, a maior do País. O município, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), concentra boa parte da produção nacional de minério de ferro, o que explica o resultado do censo.

O município também lidera o ranking brasileiro de rendimento domiciliar per capita com R$ 4.299,91, muito acima da média de Minas Gerais (R$ 1.611,89) e do Brasil (R$ 1.638,06). Em segundo lugar no Estado aparece Belo Horizonte, com R$ 4.153,27 de rendimento médio mensal.

O levantamento mostra ainda que a desigualdade de renda persiste. Em Nova Lima, o rendimento médio dos homens ultrapassa R$ 8.500, enquanto o das mulheres não chega a R$ 5.100. No Estado, o rendimento feminino representa 76,6% do masculino. As pessoas pretas e indígenas são as que menos ganham – R$ 1.941,70 e R$ 1.807,08, respectivamente -, enquanto as de cor amarela têm o maior rendimento médio: R$ 4.112,44.

No outro extremo, oito municípios mineiros têm rendimento médio inferior ao salário mínimo vigente em 2022, que era de R$ 1.212. Os municípios de Luislândia (R$ 1.003,27), São João do Pacuí (R$ 1.017,83) e Pai Pedro (R$ 1.126,60) estão entre os piores índices do Estado.

Nova Serrana tem o maior nível de ocupação em Minas

Fábrica do polo calçadista em Nova Serrana
Fábrica do polo calçadista em Nova Serrana | Foto: Marina Mello

Quando o assunto é emprego, Nova Serrana é o destaque em Minas Gerais. O município atingiu 77,2% no nível de ocupação da população com 14 anos ou mais, o maior do Estado e o quarto do País. A cidade, que fica na região Centro-Oeste de Minas, é um dos maiores polos calçadistas do Brasil, com mais de 850 indústrias que empregam direta e indiretamente 40 mil pessoas, e tem uma produção estimada de 77 milhões de pares de calçados por ano.

Na sequência aparecem Araújos (71,4%) e Perdigão (70,2%). Já os piores índices ficaram com Comercinho (25,7%), Ibiracatu (25,9%) e Itinga (26,1%). No total, Minas Gerais registrou nível de ocupação de 56%, acima da média nacional, que foi de 53,5%.

Ainda assim, as diferenças de gênero são evidentes: 65,2% dos homens estão ocupados, contra 47,5% das mulheres. Entre os grupos étnico-raciais, os homens pretos têm o maior nível de ocupação (67,3%), enquanto as mulheres indígenas têm o menor (42,7%).

Deslocamento e transporte

O Censo também revelou dados sobre o tempo e o meio de transporte usados pelos mineiros para trabalhar. Em Minas, 29,6% dos trabalhadores vão de carro, 23,7% a pé e 21,6% de ônibus, uma inversão da média nacional, em que o ônibus é o principal meio. Em Belo Horizonte, 15,5% dos trabalhadores ganham mais de cinco salários mínimos, enquanto 25,7% recebem até um salário mínimo.

Entre os municípios da Região Metropolitana, Itaguara e Bonfim têm os trajetos mais curtos ao trabalho, com mais da metade dos trabalhadores gastando até 15 minutos. Já Ribeirão das Neves lidera em deslocamentos longos: 4,14% dos trabalhadores gastam mais de duas horas para chegar ao emprego.

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