Century deve investir R$ 150 milhões na construção de um data center na RMBH
A operadora de telecomunicações Century pretende investir R$ 150 milhões, nos próximos dois anos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na construção de um data center voltado à inteligência artificial (IA). A estimativa é que o projeto gere, inicialmente, 57 empregos diretos, número que pode subir para até cem, contabilizando os indiretos.
A intenção de investimento foi anunciada pela empresa nesta sexta-feira (6) durante o Minas Summit, considerado o maior evento de inovação de Minas Gerais.
Ao Diário do Comércio, o diretor de Atração de Investimentos da Agência de Promoção de Investimentos do Estado de Minas Gerais (Invest Minas), Leandro Andrade, diz que a empresa ainda não definiu em qual município da Grande BH o data center seria instalado. Contudo, a estrutura deve ser implementada na capital mineira.
Conforme o dirigente, a Century possui um data center em Contagem – em operação desde 2022 e projetado para atender demandas locais de computação de borda para aplicações que exigem respostas em tempo real. Agora, apostando no crescimento do mercado de IA, planeja construir a segunda estrutura. Ele ressalta que a decisão do local de instalação passa por três importantes premissas: energia, conectividade e mercado consumidor.
“Esse projeto precisa estar locado onde tem capacidade e potencial de energia para ele se estabelecer, além da questão de fibra óptica. E parte dos clientes da empresa está em Minas Gerais e em Belo Horizonte”, destaca Andrade.
Minas Gerais quer se tornar o principal destino desse tipo de estrutura
Minas Gerais tem atuado de forma proativa junto às empresas de tecnologia e telecomunicações, como a Century, para potencializar a atração de investimentos do setor no Estado. O diretor da Invest Minas afirma que a vertical data center é considerada estratégica para a agência e para o governo estadual.
Nesse sentido, Andrade sublinha que, na próxima semana, o Estado lançará sua estratégia para atração de investimentos em data centers. Ele pontua que é preciso estar preparado não apenas na parte de infraestrutura e conectividade, como também ter uma proposta de valor que faça Minas Gerais ser competitivo para esse tipo de negócio. Segundo o dirigente, as regiões que têm condições de atrair os aportes já estão mapeadas.
“Minas Gerais tem o segundo maior mercado consumidor do Brasil. Boa parte dos clientes que hoje contratam a infraestrutura de data centers está no Estado. Atualmente, São Paulo tem o maior número de data centers do País, mas a gente vem conduzindo grandes projetos e temos muita certeza que, a partir dessa estratégia que será lançada, Minas deverá se tornar o principal destino para a alocação desses recursos”, destaca o diretor.
Parque de data centers na Zona da Mata e possíveis instalações no Triângulo e no Sul
Embora Andrade não revele quais as regiões têm condições de receber investimentos em data centers, além da RMBH, que já abriga a Century e deve ganhar uma nova estrutura da empresa, há projeto em andamento e rumores de instalações em outras regiões do Estado
Em Leopoldina, na Zona da Mata, está em construção o primeiro parque de data centers de Minas Gerais, com aporte inicial de R$ 300 milhões. Uberaba, no Triângulo Mineiro, pode abrigar uma estrutura estimada em R$ 1,7 bilhão, e pretende ser um hub do setor no Brasil. Já Extrema negocia para receber o primeiro servidor de data center de grande porte da região Sul, a ser construído por uma empresa que projeta aportar R$ 27 bilhões no País.
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