Apesar da intenção de venda, CEO afirma que não há mudanças no BH Airport

Apesar da intenção da Motiva — novo nome da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) — de vender seus 20 aeroportos na América Latina, o que inclui o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte (BH Airport), em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), não há mudanças previstas no terminal, segundo o CEO do BH Airport, Daniel Miranda. “Independente da composição acionária, o propósito do aeroporto de colocar Minas Gerais numa posição de destaque continua o mesmo”, diz.
Em Minas Gerais, a Motiva é sócia da Zürich Airport e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) no BH Airport. A companhia contratou o Itaú Unibanco e a consultoria Lazard como assessores financeiros para avaliar uma possível transação de venda dos seus ativos aeroportuários.
A empresa também é a concessionária do Aeroporto da Pampulha, na capital mineira, onde mantém um investimento milionário para transformar o equipamento em um hub de aviação executiva.
Miranda esteve presente na terça-feira (20) na sede da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), em Belo Horizonte, com o objetivo de falar sobre a estratégia e a performance de consolidação do BH Airport como o aeroporto que mais cresce no Brasil.
O aeroporto é o terceiro do País que mais recebeu viajantes corporativos a partir de São Paulo no primeiro trimestre deste ano frente a igual período de 2024, segundo dados da Voll, maior agência digital de viagens corporativas do País, com uma base de 750 mil usuários de grandes empresas.
Ação conjunta para internacionalizar BH
Durante o encontro na ACMinas foi destacada a necessidade do desenvolvimento de uma política conjunta, que envolva o poder público e a iniciativa privada, para intensificar a internacionalização de Belo Horizonte. “Precisamos de uma política de desenvolvimento econômico para o turismo”, observa a secretária municipal adjunta de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Relações Internacionais, Chyara Sales Pereira.
O CEO do BH Airport ressalta que a participação de Minas Gerais no total de turistas estrangeiros não chega a 1%. “É um número que me incomoda. Só que qual é a nossa ambição? O que podemos fazer para mudar esse panorama?”, questiona.
Ele acrescenta que há iniciativas pontuais na divulgação do destino, o que não é sustentável. Para o executivo, há vários problemas a serem superados, como a falta de infraestrutura adequada, com destaque para a mobilidade na Capital, que também precisa de mais hotéis cinco estrelas. “O Rodoanel, por exemplo, é importante para o encurtamento da distância entre Belo Horizonte e o aeroporto”, diz. O CEO do BH Airport ressalta que há problemas até mesmo no segmento de serviços, como a falta de opções para um turista jantar por volta das 23 horas.
O vice-presidente da ACMinas, Luiz Antônio Athayde Vasconcelos, pontua que o aeroporto, que um dia foi um verdadeiro “elefante branco”, hoje é o terceiro do País em número de conexões. Em 2024, o terminal contou com 12,3 milhões de passageiros.
Mudança no nome do aeroporto
Entretanto, apesar dos avanços dos últimos anos, como o crescimento nos destinos oferecidos e do potencial de Belo Horizonte como destino, ele observa que é importante reforçar a marca Belo Horizonte, destacando que é o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte. No código definido pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata), que possui três letras, o terminal aparece como CNF, que remete a Confins.
O executivo do BH Airport também reforça a necessidade de mudança no nome, já que numa pesquisa feita pela empresa que administra o terminal, a palavra Confins é associada a lugar remoto. Dessa forma, ele defende a dissociação do aeroporto com a palavra Confins, com o objetivo de fortalecer a marca/destino Belo Horizonte. Ele acrescenta que a pesquisa citada foi realizada em um momento de reposicionamento de marca da concessionária.
Miranda explica que a alteração do nome do aeroporto e do código Iata é fruto de uma demanda conjunta de várias organizações, como a ACMinas e a Prefeitura de Belo Horizonte. “É um tema que gera diferentes perspectivas, mas acima de tudo tem um propósito importante de fortalecimento da identidade regional do aeroporto, ligando-o à capital mineira”, observa.
“A proposta merece uma análise cuidadosa para garantir que qualquer mudança traga benefícios para todos os envolvidos e, mais importante: para que represente o melhor para Minas Gerais e para todos que utilizam o nosso aeroporto. Outro ponto importante é que o nome Aeroporto Internacional Tancredo Neves permanece como o oficial e, do nosso lado, continuaremos usando a marca BH Airport com a qual já nos posicionamos e também Aeroporto Internacional de Belo Horizonte”, diz.
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