Cesta básica em BH tem alta significativa de 3,45% em março

O gasto médio mensal voltou a pesar no bolso do trabalhador adulto em março, com a cesta básica apresentando uma variação positiva de 3,45% entre o segundo e o terceiro mês de 2025 em Belo Horizonte. Na cesta do trabalhador mineiro, os principais responsáveis pela alta do custo foram o tomate, que teve alta de 26,25%; a banana caturra que subiu 15,06% e o café moído que sofreu elevação de 13,11%.
Desse modo, o preço da cesta básica na Capital em março atingiu R$ 780,66. Atualmente, este valor em Belo Horizonte representa o equivalente a 51,43% de um salário mínimo. De acordo com o economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) Diogo dos Santos este já é o segundo mês consecutivo com aumento muito forte no preço do tomate.
“O tomate praticamente dobrou de preço desde o final do ano passado e isso tem puxado, de modo considerável, a elevação da cesta básica e banana também pesou. São dois dos principais elementos do conjunto de sacolão que têm um peso importante e subiram muito nesses últimos dois meses. O café também registra aumento superior a 100% em um ano e ainda não tem perspectiva de redução, sendo pressionado por fatores nacionais e internacionais”, explica.
Em comparação com março de 2024, o valor da cesta básica teve um aumento da ordem de R$ 51,87. Em relação à proporção do salário mínimo, o custo é menor em março deste ano (51,43%), pois a cesta custava o equivalente a 51,61% do salário mínimo vigente em março de 2024.
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Após quedas consecutivas, de março a maio de 2024, a cesta básica apresentou alta em junho, seguida por quedas consecutivas em julho e agosto, altas consecutivas de setembro a novembro e queda em dezembro. Já em 2025, fora registradas somente elevações. Com o resultado deste mês, o custo da cesta básica em Belo Horizonte acumula altas de 4,36% em 2025 e 7,12% em 12 meses.
O economista destaca também a carne, que apresentou uma pequena redução em março, entretanto foi um alimento que pressionou muito até final do ano. “A carne bovina, principalmente o chã de dentro, é um item também muito importante, e teve uma queda pequena de 1%. Isso já demonstra um outro cenário comparado com o que ocorria desde o início de 2024 até o seu final”, observa.
Dos 13 itens que compõem a cesta básica, sete apresentaram alta do preço médio, cinco apresentaram queda e um estabilidade.
Veja quais foram os itens que tiveram maior variação no preço médio no mês:
- tomate (26,25%),
- banana caturra (15,06%)
- e café moído (13,11%).
Já as maiores variações negativas de preços, isto é, os itens que ficaram mais baratos em março, foram:
- batata inglesa (-6,03%)
- feijão carioquinha (-3,66%)
- e pão francês (-1,40%).
No ano, o item com maior variação positiva é o tomate (92,30%) e o item com a maior variação negativa é a banana caturra (-16,86%).
Confira a variação de todos os produtos da cesta básica em Belo Horizonte no mês de março

Segundo Santos, é esperado que a valorização cambial dos últimos meses venha a ajudar a segurar os preços dos alimentos de modo geral. “Essa valorização tem fatores também muito incertos, como, por exemplo, a própria decisão do governo dos Estados Unidos de anunciar mais uma rodada de ampliação de tarifas, o que tem feito o dólar se desvalorizar”, destaca.
“Mas essa é justamente a intenção do governo dos Estados Unidos, tornar o dólar mais favorável para as exportações norte-americanas. Então, se continuar essa valorização do real e a desvalorização do dólar, vai ajudar muito a segurar os preços dos alimentos no País. Assim, pode haver alguma estabilidade no preço de custo de uma série de coisas no Brasil, como alimentação, fertilizantes, insumos agrícolas, máquinas e outros produtos. Tem esse efeito mais macroeconômico positivo, oferecendo uma perspectiva de segurar os preços”, projeta o economista.
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