Economia

Cesta básica em BH sobe em outubro e fica 5,6% mais cara frente ao mesmo mês do ano passado

Segundo Ipead, mesmo com quedas acumuladas em 2025, valor subiu para R$ 746,56 em outubro, puxado pelos preços da banana, batata e feijão
Cesta básica em BH sobe em outubro e fica 5,6% mais cara frente ao mesmo mês do ano passado
Foto: Alisson J. SIlva/Arquivo DC

O valor da cesta básica em Belo Horizonte chegou a R$ 746,56 em outubro e rompeu uma sequência de seis meses consecutivos de queda, ao subir 1,01%, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG). O instituto mede, todo mês, a variação de 13 itens que compõem a cesta básica: carne bovina, manteiga, tomate, banana, batata, leite, arroz, feijão, farinha de trigo, açúcar, óleo de soja, pão francês e café.

Dos 13 produtos pesquisados, sete subiram em outubro. Os itens com maior alta no preço foram: batata inglesa (9,17%), feijão carioquinha (8,87%) e banana caturra (7,39%). O gerente de pesquisas da Fundação IPEAD, Eduardo Antunes, diz que a alta era esperada, uma vez que a inflação em Belo Horizonte já havia trazido alta nos alimentos. “É um período em que a demanda aumenta, então, é natural que os preços aumentem também”, aponta.

Em outubro, segundo Antunes, a banana caturra, apesar de não ter tido a maior variação positiva, foi a que mais pesou para a alta do valor da cesta, ao variar 0,68 pontos percentuais em relação a setembro. O feijão carioquinha (0,39 p.p.) e o tomate (0,31 p.p.) fecham o grupo de produtos que mais contribuíram com o aumento, pelo peso e importância que possuem.

Por outro lado, as maiores quedas foram: leite (-4,47%), arroz (-2,01%) e chã de dentro (-1,70%). “Banana e tomate são produtos in natura, que sofrem com as condições climáticas, de transporte, e em outubro foram negociados a preços mais altos, impactando a cesta”, comenta o gerente do Ipead.

Entre os produtos que mais encareceram no período está banana-prata, que subiu 22,64% | C
Foto: Alessandro Carvalho / Arquivo DC

No acumulado do ano, a cesta registra queda de 0,2%. Na comparação com o mesmo mês de 2024, porém, o preço é 5,63% maior. Enquanto em outubro do ano passado a cesta custava R$ 727,19, este ano ela custa R$ 746,56, ou seja, R$ 19,37 a mais. Em 12 meses, a alta é de 2,66%.

O gerente do Ipead comenta que mesmo com as seis quedas dos meses anteriores e a queda acumulada no ano, a cesta básica em Belo Horizonte segue com um preço alto. “O custo da cesta em BH representa o equivalente a 49,18% do salário mínimo. Em 2024, essa proporção era ainda maior (51,5%). Houve ganho no poder de compra do salário mínimo, mas não podemos dizer que é uma cesta barata”, comenta Antunes.

Preço do café continua amargo

O preço do café moído continua chamando atenção. O valor médio do pacote de 600g está em R$ 37,77, alta de 2,4% em relação a setembro. No acumulado, é ele o item com maior variação positiva na cesta, 38,91%.

Nesse caso, o gerente de pesquisa do Ipead comenta que, desde meados de 2024, o preço do café praticamente dobrou. “O preço vinha arrefecendo um pouco, mas o aumento já era esperado porque os produtores ainda enfrentarão problemas com as futuras safras que estão sendo produzidas agora para 2026”, comenta.

Do lado oposto, o arroz é o item que acumula no ano a maior variação negativa, queda de 19,28%, resultado do excesso de oferta interna e da demanda estável de consumo.

Confira o custo e a variação da cesta básica

  • Outubro de 2024: R$ 727,19 | 5,63%
  • Novembro de 2024: R$ 753,90 | 3,67%
  • Dezembro de 2024: R$ 748,05 | -0,78%
  • Janeiro de 2025: R$ 754,34 | 0,84%
  • Fevereiro de 2025: R$ 754,64 | 0,04
  • Março de 2025: R$ 780,66 | 3,45%
  • Abril de 2025: R$ 772,45 | -1,05%
  • Maio de 2025: R$ 755,68 | -2,17%
  • Junho de 2025: R$ 754,07 | -0,21%
  • Julho de 2025: R$ 748,08 | -0,79%
  • Agosto de 2025: R$ 742,48 | -0,75%
  • Setembro de 2025: R$ 739,09 | -0,46%
  • Outubro de 2025: R$ 746,56 | 1,01%

Já em relação aos preços dos 13 itens que compõem a cesta, sete apresentaram queda, e seis subiram na comparação mês a mês. Veja abaixo as quedas e as altas:

Altas (outubro de 2025 x setembro de 2025)

  • Batata inglesa (9,17%)
  • Feijão carioquinha (8,87%)
  • Banana caturra (7,39%)
  • Óleo de soja (4,81%)
  • Tomate (4,29%)
  • Manteiga (2,89%)
  • Café moído (2,39%)

Quedas (outubro de 2025 x setembro de 2025)

  • Leite (-4,47%)
  • Arroz (-2,01%)
  • Açúcar cristal (-0,98%)
  • Pão francês (-0,2%)
  • Chã de dentro (-1,7%)
  • Farinha de trigo (-0,14%)
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