Cesta básica cai 3,97% em BH após 5 meses seguidos de alta

Após cinco meses de alta consecutiva, o preço da cesta básica caiu 3,97% em Belo Horizonte. O valor do conjunto de alimentos básicos passou de R$ 707,93 em janeiro para R$ 679,86 em fevereiro. A queda de pouco mais de R$ 28 foi a maior apurada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O levantamento mensal da instituição registrou redução em 13 das 17 capitais brasileiras pesquisadas.
De acordo com a pesquisa, o custo da cesta básica registrado no primeiro mês do ano na capital mineira foi equivalente a 56,45% do salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social. O morador belo-horizontino, cuja remuneração mensal é de R$ 1.302, precisou trabalhar durante 114 horas e 37 minutos para adquirir os produtos da lista.
Ainda conforme o estudo, nove dos 13 itens que compõem a cesta básica baratearam no município, sendo que a batata foi quem teve a maior retração percentual, de 18,59%. O economista e supervisor técnico do Dieese-MG, Fernando Duarte, ressalta, no entanto, que o tomate, com recuo de 13,45%, foi quem mais contribuiu para o resultado final. Ele também chama a atenção para outro grande contribuidor – a carne -, cujo preço diminuiu 1,84%.
Em relação aos demais produtos da cesta básica pesquisados, a banana (-4,95%); óleo de soja (-4,28%); feijão carioquinha (-2,15%); manteiga (-2,11%); açúcar cristal (-0,30%) e café (-0,22%) sofreram quedas no período. Enquanto isso, o leite integral (2,26%); farinha de trigo (0,95%); arroz agulhinha (0,85%) e pão de sal (0,71%) apresentaram aumentos.
Variação em 12 meses
De maneira oposta à retração mensal, o preço da cesta básica na Capital subiu 5,90% no segundo mês de 2023 se comparado ao mesmo intervalo do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, oito dos 13 itens da lista encareceram, sendo que o leite integral foi quem apresentou a maior elevação percentual, de 35,86%.
Quanto aos demais produtos da cesta básica estudados, feijão carioquinha (33,87%); farinha de trigo (24,71%); manteiga (24,63%); pão de sal (16,67%); arroz agulhinha (15,01%); batata (12,89%) e banana (5,48%) tiveram altas no período. Ao passo que tomate (-8,82%), óleo de soja (-6,90%), açúcar (-4,29%), carne (-3,05%) e café (-2,08%) baratearam.
Duarte explica que o encarecimento da cesta básica já é observado desde o início da pandemia, quando houve a elevação de alguns produtos. Ele também ressalta que a guerra da Rússia com a Ucrânia foi outra razão para o aumento de certas mercadorias. Cita ainda, a relação cambial entre o dólar e o real, que tem influência direta nos valores de importação e exportação, e os fatores climáticos, que afetam a safra de produtos.
O economista e supervisor técnico do Dieese/MG salienta que mesmo que em determinados momentos o preço da cesta básica tenha oscilações mensais para baixo, como foi o caso de fevereiro frente a janeiro, o movimento da curva ainda é de alta e o valor está acima do que deveria ser. Ele ainda reitera que houve tempos em que o consumidor conseguia adquirir duas cestas apenas com a remuneração salarial mínima.
“Muito embora a cesta básica tenha caído 3,97% no mês, o que é um dado positivo do ponto de vista do consumidor, a cesta continua muito cara em Belo Horizonte. Tivemos um recente aumento do salário mínimo, mas a gente observa que o valor não consegue adquirir duas cestas básicas na cidade”, pondera.
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