Economia

Cesta básica cai 1,89% na capital mineira

O conjunto de itens básicos necessários para alimentar um adulto por um mês encerrou setembro em R$ 633,78
Cesta básica cai 1,89% na capital mineira
Foto: Diário do Comércio/ Luciana Montes

O custo da cesta básica em Belo Horizonte fechou setembro em R$ 633,78, representando queda de 1,89% em relação a agosto. Com a retração no nono mês de 2023, o custo da cesta básica na Capital foi o décimo maior entre as 17 cidades pesquisadas. No período, itens como a batata e o feijão carioquinha ficaram mais baratos e contribuíram para a redução do valor.

Conforme os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), assim como na comparação com agosto, o preço da cesta em Belo Horizonte também ficou menor se confrontado com setembro de 2022. Neste caso, a queda foi de 2,52%.

Desta maneira, com o resultado mensal, de janeiro a setembro, o valor da cesta básica já retraiu 8,98% na Capital. Nos últimos 12 meses, a cesta ficou 2,52% mais barata na cidade. 

Em âmbito nacional, conforme o Dieese, o valor do conjunto dos alimentos básicos caiu em 14 das 17 capitais pesquisadas. As quedas mais importantes ocorreram em Brasília, com retração de 4,03%, Porto Alegre (2,48%) e Campo Grande (2,32%). As elevações foram observadas em Vitória (3,18%), Natal (3,06%) e Florianópolis (0,50%).

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Variação dos itens da cesta

A queda de 1,89% registrada no preço da cesta em setembro frente a agosto, foi puxada pelas retrações observadas nos preços médios da batata, que ficou 19,17% mais barata. Em seguida, veio o feijão carioquinha (6,91%), banana (6,12%), farinha de trigo (3,81%), carne bovina de primeira (2,56%), leite integral (2,09%), manteiga (1,81%), óleo de soja (0,35) e o pão francês (0,12).

“Dentre os 13 produtos pesquisados da cesta, 9 registraram queda em setembro em relação a agosto. Destaca-se, então, a queda expressiva da batata de 19,17% associada à maior oferta do produto devido aos estoques da última safra e menor demanda. A queda da carne bovina, de 2,56%, está associada à maior oferta de animais no mercado interno. Externamente, há impacto da China, que vem pagando menos pela carne bovina brasileira, gerando, assim, uma pressão nos preços internos para baixo”, explicou o técnico do Dieese/MG, Marcelo Figueiredo.

Por outro lado, conforme o Dieese, foram verificadas altas nos preços do tomate (6,92%), seguido pelo arroz agulhinha (6,13%), do café em pó (1,99%) e do açúcar cristal (0,57%).

“O aumento do preço do tomate está associado a maior temperatura e o maior consumo do produto no período. O arroz aumentou em função da menor oferta interna e maiores preços internacionais. Já o café em pó, apesar desse aumento de 1,99% no mês de setembro, registrou, nos últimos nove meses, seis quedas. Esse aumento no preço do café vem de um ajuste de preços no varejo, que não reverte a perda anual. Já o açúcar cristal tem apresentado preços internacionais mais elevados, então, tem sido atrativo para as exportações, reduzindo a oferta do bem no mercado interno”.

Últimos 12 meses

Conforme os dados do Dieese, no acumulado dos últimos 12 meses, período em que houve uma redução de 2,52% no valor da cesta, foram registradas elevações em cinco dos 13 produtos. 

O valor do tomate acumulou alta de 95,07%, o mais significativo. No caso do arroz agulhinha, a alta foi de 16,74%, seguido pelo pão francês (6,70%), açúcar refinado (4,15%) e manteiga (0,18%).

Outros oito tiveram redução no preço médio. A queda mais significativa foi no óleo de soja (30,46%). Logo em seguida, veio o feijão carioquinha, com retração de 27,24%, a batata (24,29%), banana (13,42%), carne bovina de primeira (11,65%), leite integral (10,53%), café em pó ( 9,09%), e farinha de trigo (7,46%).

Peso da cesta básica para o trabalhador

Em Belo Horizonte, considerando setembro, o custo da cesta básica comprometeu 51,91% do salário mínimo líquido. O cálculo considera o que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em agosto, conforme o Dieese, o percentual gasto foi de 52,91%. Já em setembro de 2022, o trabalhador comprometia 57,99% da renda líquida.

O tempo de trabalho necessário para a aquisição dos itens que compõem a cesta para o trabalhador remunerado pelo salário mínimo foi de 105 horas e 38 minutos. Em agosto, o trabalhador necessitou de 107 horas e 40 minutos. Em setembro de 2022, quando o salário mínimo era de R$ 1.212,00, foram necessárias 118 horas e 1 minuto de trabalho.

“Apesar da queda registrada na cesta básica de Belo Horizonte ser um indicativo importante de redução do preço dos alimentos para o orçamento das famílias do município, a cesta básica ainda é cara e compromete em torno de 52% da renda das famílias que ganham até um salário mínimo por mês”, disse o técnico do Dieese/MG, Marcelo Figueiredo.

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