Cesta básica sobe 1,3% em Belo Horizonte e chega a custar R$ 686,90

O valor da cesta básica aumentou em Belo Horizonte assim como nas outras 16 capitais do Brasil onde é aplicada a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Na capital mineira, a alta foi de 1,3% em relação a outubro. O maior impacto foi em Recife, que registrou um aumento de 5,47%.
Entre outubro e novembro, o conjunto de produtos essenciais em Belo Horizonte passou a custar R$ 686,90, comprometendo 52,59% do salário mínimo líquido do trabalhador, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social.
Na comparação com novembro de 2023, a cesta da capital mineira subiu 7,38%. Já no acumulado do ano, de janeiro a novembro, a alta foi de 4,66%. A cidade de São Paulo foi a capital onde a cesta básica apresentou o maior custo do País: R$ 828,39.
Veja os produtos que mais afetaram o valor da cesta em Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, de acordo com a pesquisa, sete dos 13 produtos que compõem a cesta básica registraram aumento nos preços médios. O maior impacto foi o óleo de soja que avançou 14,25%, seguido da carne bovina de primeira (3,67%) e do café em pó (3,49%). Já as diminuições principais ocorreram nos preços da batata (-3,30%) e da farinha de trigo (-1,54%).
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Para o economista e supervisor técnico do Dieese em Minas Gerais, Fernando Duarte, este é um sinal de aumento da pressão sobre as finanças das famílias de forma a reduzir o poder de compra da população.
“Quando a carne aumenta de valor, ela representa mais, pois é um alimento de maior consumo na cesta e isso faz com que pese mais no orçamento dos mineiros”, avalia.
Ele explica que apesar dos aumentos do café e da carne configurarem índices próximos, a quantidade consumida de carne por uma família é muito maior. “Se você levar em consideração que estamos falando de seis quilos de carne contra 600 gramas de café, o impacto da carne no mês é muito maior”, completa.
Trabalhador que recebe salário mínimo é o mais impactado
A situação é mais desafiadora para o trabalhador que recebe o salário mínimo. Entre outubro e novembro, a cesta básica comprometeu 52,59% do salário de quem recebe esta quantia.
Em novembro, este trabalhador precisou trabalhar 107 horas e um minuto para adquirir a cesta básica de alimentos, tempo maior do que em outubro, quando necessitou de 105 horas e 39 minutos.
Na prática, foram necessárias cerca de duas horas a mais de trabalho este mês para adquirir os mesmos produtos.
Motivos para a alta
Quando analisados os fatores que impulsionaram os preços dos alimentos básicos, Duarte pontua três interferências que acabam impactando a soja, a carne e o café. São elas:
- o mercado internacional,
- o dólar em alta juntamente com a desvalorização do Real
- e a alta demanda pelos produtos.
“Os itens que mais subiram são commodities, que sofrem interferência dessas variações”, afirmou.
No caso do óleo, o economista do Dieese explica que o crescimento do volume exportado do óleo bruto e a oferta interna menor pressionaram o valor do óleo no varejo. Em Belo Horizonte, no acumulado do ano, a alta foi de 31,48%.
Quanto à carne, que teve alta de 7,91% no ano em BH, a volta das chuvas e a melhora dos pastos não foram suficientes para normalizar as condições da engorda do gado e da oferta de boi para abate. Por isso, os custos ainda estão altos.
Além disso, Duarte explica que há alta demanda interna e externa por carne, fatores que acabam contribuindo para os aumentos.
Quanto ao aumento do café, item que subiu em novembro nas 14 das 17 capitais pesquisadas, o economista atribui a alta dos preços à manutenção da trajetória de elevação, que derivou da menor oferta mundial, da valorização do dólar e das incertezas relacionadas ao potencial produtivo da temporada 2025/2026.
O produto foi destaque na capital mineira. De acordo com os dados da pesquisa, a variação no mês foi de 3,49% enquanto que nos últimos 12 meses, foi de 68,88%, nesse caso, o maior aumento entre as capitais.
Ouça a rádio de Minas