Cesta básica tem queda de 3,16% na Capital

Após atingir o maior valor histórico em janeiro em Belo Horizonte, o custo médio da cesta básica de alimentos apresentou uma retração de 3,16% em fevereiro. Entretanto, os números ainda são positivos tanto na variação no ano (0,88%) quanto na variação em 12 meses (24,92%).
A redução no segundo mês deste ano na capital mineira foi a terceira mais representativa entre as capitais pesquisadas, atrás apenas de Campo Grande (-4,67%) e Brasília (-3,72%).
Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e mostram ainda que o valor da cesta atingiu R$ 573,53 no segundo mês do ano em Belo Horizonte.
Supervisor técnico do Dieese-MG, Fernando Duarte destaca que a diminuição nos preços no último mês pode ser vista como uma correção. Ele lembra, diante desse cenário, que alguns itens apresentaram alta considerável em 12 meses.
O avanço do óleo de soja no período de 12 meses, por exemplo, foi de 85,82%. Outros incrementos significativos foram verificados ainda no arroz (76,74%), no açúcar (43,23%) e também na carne (33,50%). A desvalorização do real frente ao dólar e, consequentemente, a atratividade desses produtos no mercado internacional contribuiu para esse cenário.
“Nós estamos vindo de uma alta acentuada do preço da cesta básica. Temos que encarar o resultado de fevereiro como uma correção. Alguns itens tiveram alta considerável ao longo de 12 meses, como o óleo, o arroz e a carne”, ressalta Duarte.
Diante desse quadro, o supervisor técnico do Dieese-MG explica que muitos alimentos que aumentaram bastante de preço já não têm mais tanto espaço para alta, pois isso acaba esbarrando na demanda.
Dessa forma, no mês de fevereiro, o óleo de soja chegou a registrar queda de 4,18% frente a janeiro e o arroz de 0,20%. A carne, por sua vez, subiu 0,43%.
Produtos que costumam apresentar oscilação de preços por questões climáticas também apresentaram queda no mês de fevereiro na comparação com janeiro, como foi o caso da batata (-25,12%) e do tomate (-14,59%).
Tendência
No que diz respeito ao que vem pela frente, Duarte destaca que, apesar da diminuição do preço no mês de fevereiro, o custo da cesta básica ainda é alto na capital mineira.
“Havia muitos anos que a gente via o salário mínimo acima de duas cestas básicas. Nos últimos quatro meses, o salário mínimo sequer está dando para comprar duas cestas”, destaca ele.
Em fevereiro, por exemplo, o percentual do salário mínimo líquido gasto para a compra dos itens da cesta básica para uma pessoa adulta chegou a 56,37%.
A variação dos preços dos produtos nos próximos meses também depende de alguns fatores. Duarte ressalta que itens como o tomate, a banana e a batata costumam apresentar quedas e altas expressivas ao longo do tempo. Já itens como óleo, arroz e carne continuarão sujeitos à questão da desvalorização do real frente ao dólar.
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