Economia

Cesta básica tem tímida queda em Belo Horizonte, aponta Dieese

Queda nos cinco primeiros meses do ano chega a 4,24% na Capital
Cesta básica tem tímida queda em Belo Horizonte, aponta Dieese
Foto: Charles Silva Duarte/Arquivo Diário do Comércio

O preço da cesta básica voltou a cair em Belo Horizonte após subir 2,19% na passagem do terceiro para o quarto mês do ano. É o que aponta um levantamento mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Conforme a pesquisa, o valor do conjunto de alimentos básicos caiu 0,32% entre abril e maio, e chegou a R$ 668,96. 

O economista e supervisor técnico do Dieese-MG, Fernando Duarte, destaca que a batata foi a principal responsável pela tímida queda na cesta básica na Capital. O preço médio do produto teve uma variação de -17,55% no período. Na sequência, segundo ele, os maiores contribuintes para o resultado foram o feijão carioquinha (-5,12%), carne bovina de primeira (-0,72%), óleo de soja (-11,23%) e o arroz agulhinha (-1,05%).

Por outro lado, Duarte ressalta que alguns itens impediram que a redução do conjunto de alimentos básicos em Belo Horizonte fosse maior. Conforme ele, o tomate teve uma alta de 10,59% e o açúcar cristal teve uma elevação de 6,51%, sendo os grandes responsáveis por isso. Além desses itens, a farinha de trigo (1,29%), manteiga (1,02%), leite integral (0,81%), banana (0,46%), pão francês (0,31%) e o café em pó (0,12%) encareceram ao longo do mês.

Ainda segundo o supervisor técnico, de uma maneira geral, a estabilização dos preços dos alimentos explica a queda no valor da cesta básica. Conforme ele, nos últimos anos, o item alimentação era o principal impulsionador da alta inflacionária, mas a dinâmica mudou e agora o setor de serviços é quem está na dianteira. 

“Observamos que o motor da inflação não está sendo os alimentos, como foi no passado. É uma dinâmica que está arrefecida”, avalia.

Cesta básica da Capital encareceu quando comparado a maio de 2022 

Apesar da queda frente a abril, o preço da cesta básica em Belo Horizonte subiu 2,10% quando comparado a maio do ano passado. 

Nos últimos 12 meses, conforme o Dieese, houve elevação em oito dos 13 produtos analisados, sendo que o tomate teve o maior aumento no período, com 24,21%. A banana (18,08%), leite integral (16,76%), manteiga (10,50%), arroz agulhinha (7,08%), pão francês (6,52%), farinha de trigo (6,15%) e feijão carioquinha (1,26%) também encareceram.  

Enquanto isso, o produto que mais barateou foi o óleo de soja, com uma redução de 39,90%. A batata (-16,77%), café em pó (-11,56%) e carne bovina de primeira (-5,77%) foram os outros itens que apresentaram diminuição de preço nos últimos 12 meses. Por sua vez, segundo o levantamento, a açúcar cristal manteve o mesmo valor médio de um ano atrás.

Em 2023, Belo Horizonte acumula a maior redução de preço 

Paralelamente à redução de valor entre o terceiro e o quarto mês de 2023 e à alta de maio em relação ao mesmo período do ano passado, a pesquisa mostra que o preço da cesta básica vem caindo consideravelmente no acumulado do ano. Prova disso é que, quando comparada às outras 16 capitais estudadas pelo Dieese, Belo Horizonte teve a maior redução, de 4,24%.

Neste caso, conforme Duarte, observa-se uma queda expressiva nos preços da batata e da banana, e um recuo não tão significativo no preço do tomate. Os três produtos, segundo ele, têm um grande peso quantitativo na cesta básica. Além deles, o supervisor técnico destaca a carne, que apresentou um recuo de 5,23% ao longo dos cinco primeiros meses do ano.

“A carne é o alimento com maior peso na cesta básica, pois se considerar a quantidade de 6 kg e preço próximo a R$ 40, representa mais de um terço do valor final. Então, quando ocorre uma queda significativa na carne e nos produtos de sacolão, isso ajuda a explicar a diminuição no preço da cesta básica em Belo Horizonte”, reitera.

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