Cheque especial fecha julho com taxa a 303,2%

Brasília – A taxa de juros do cheque especial caiu em julho, de acordo com dados do Banco Central (BC) divulgados ontem. A taxa chegou a 303,2% ao ano, com redução de 1,7 ponto percentual em relação a junho. Essa é a menor taxa desde março de 2016, quando estava em 300,8% ao ano.
Na comparação com julho de 2017, houve redução de 18,1 pontos percentuais na taxa do cheque especial.
As regras do cheque especial mudaram em julho. O chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, disse, porém, que a redução na taxa do cheque especial ainda não deve estar relacionada às mudanças definidas pelos bancos, mas está seguindo o ritmo de recuo dos últimos meses. Entretanto, para Baldini, a medida gera a certeza de que “o saldo devedor não vai permanecer por muito tempo”.
“De fato, deve haver redução do risco dessa modalidade e levar à redução da taxa de juros, mas isso deve ocorrer de forma gradual”, disse.
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A taxa média do rotativo do cartão de crédito também caiu, chegando a 271,4% ao ano, com redução de 20,4 pontos percentuais em relação a junho. A taxa média é formada com base nos dados de consumidores adimplentes e inadimplentes.
No caso do consumidor adimplente, que paga pelo menos o valor mínimo da fatura do cartão em dia, a taxa chegou a 252,1% ao ano em julho, com redução de 9 pontos percentuais em relação a junho. Já a taxa cobrada dos consumidores que não pagaram ou atrasaram o pagamento mínimo da fatura (rotativo não regular) caiu 28,1 pontos percentuais, chegando a 285,2% ao ano.
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Modalidades caras – Apesar da redução das taxas do rotativo do cartão e do cheque especial, essas modalidades de crédito são as mais caras entre as oferecidas pelos bancos. A taxa do crédito pessoal, por exemplo, é mais baixa: chegou a 118,5% ao ano, em julho, com aumento de 3,8 pontos percentuais em relação a junho. A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) ficou praticamente estável, com a redução de 0,1 ponto percentual, indo a 24,9% ao ano, em julho.
A taxa média de juros para as famílias caiu 1,1 ponto percentual para 52% ao ano, em julho. A taxa média das empresas subiu 0,4 ponto percentual: agora é de 20,6% ao ano.
Inadimplência – A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, permaneceu em 5%. No caso das pessoas jurídicas, houve queda de 0,3 ponto percentual para 3,4%. Esses dados são do crédito livre, no qual os bancos têm autonomia para aplicar dinheiro captado no mercado.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura), os juros para as pessoas físicas caíram 0,2 ponto percentual para 7,8% ao ano. A taxa cobrada das empresas subiu 0,3 ponto percentual para 9,2% ao ano. A inadimplência das pessoas físicas permaneceu em 1,9% e das empresas chegou a 1,4%, com redução de 0,2 ponto percentual.
Em julho, o saldo de todas as operações de crédito concedidas pelos bancos ficou em R$ 3,125 trilhões, com recuo de 0,2% no mês e crescimento de 1,1% no ano. Em 12 meses, a expansão chegou a 2,4%. Esse estoque do crédito corresponde a 46,4% de tudo o que o País produz – Produto Interno Bruto (PIB), com redução de 0,4 ponto percentual em relação a junho. (ABr)
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