China pressiona por cancelamento de tarifas para acabar com guerra comercial dos EUA

Pequim – A China pediu, nesta quinta-feira (24), o cancelamento de todas as tarifas “unilaterais” impostas pelos Estados Unidos, enquanto surgem sinais de que o governo de Donald Trump pode reduzir sua guerra comercial com Pequim.
A China também esclareceu que não teve conversações comerciais com Washington, apesar dos repetidos comentários do governo dos EUA sugerindo que houve interação.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem dito repetidamente que fará um acordo com a China e, na quarta-feira (23), afirmou que houve “contato direto” entre os dois países. Trump, que chama suas tarifas de “recíprocas”, diz que as taxas visam a corrigir desequilíbrios comerciais injustos com os EUA.
Os EUA deveriam remover todas as “medidas tarifárias unilaterais” contra a China ”se realmente quiserem” resolver a questão comercial, disse o porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong.
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O governo Trump estaria estudando a possibilidade de reduzir as tarifas sobre os produtos chineses importados de seu nível atual de 145% para, possivelmente, entre 50% e 65%, a depender de negociações com Pequim.
He também pediu aos EUA que prestem atenção às “vozes racionais” da comunidade internacional e das partes domésticas. “A China e os Estados Unidos não realizaram consultas ou negociações sobre tarifas, muito menos chegaram a um acordo”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, em uma coletiva de imprensa separada, chamando os relatos de tais informações de “notícias falsas”.
A China realizou uma mesa redonda na quarta-feira para tratar das preocupações de mais de 80 empresas e câmaras estrangeiras sobre o impacto das tarifas dos EUA em seus investimentos e operações na China, de acordo com um relatório do Ministério do Comércio.
“As empresas estrangeiras… devem transformar as crises em oportunidades”, disse o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, na mesa redonda, prometendo trabalhar na resolução dos problemas enfrentados pelas empresas estrangeiras.
Em Washington, o presidente do banco central da China, Pan Gongsheng, disse que o país apoiará firmemente as regras de livre comércio e o sistema de comércio multilateral, em comentários feitos em uma reunião do G20 às margens das reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial.
Reportagem distribuída pela Reuters
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