Chuvas fortes em dezembro ligam alerta para barragens de mineração

Com as chuvas que predominam sobre o Estado de Minas Gerais nos últimos dias, a Defesa Civil de Minas Gerais tem avaliado criteriosamente as medidas de monitoramento de barragens de minério. “Estamos trabalhando em conjunto com vários órgãos competentes neste período de chuvas, tanto para acompanhar as barragens de rejeitos de minério, quanto as barragens de água pelo Estado. Para isso, monitoramos a elevação do nível, assim como a classificação de risco”, explica o superintendente de Gestão de Riscos de Desastres da Defesa Civil de Minas Gerais, major Leal.
Diante dos temporais que têm atingido as cidades pelo País, dentro de um recorte nacional, a Agência Nacional de Mineração (ANM) já identificou 75 barragens de mineração com nível de emergência. Delas, 20 estão em nível de alerta, sendo 12 situadas somente em Minas Gerais.
Deste grupo, a situação mais preocupante é a das barragens situadas nos municípios de Barão de Cocais, Itatiaiuçu e Ouro Preto, na região Central do Estado. Nas três cidades, as estruturas estão classificadas em nível três, que é o mais agravante na mineração.
Força-tarefa é intensificada
Major Leal pontua que uma força-tarefa foi intensificada pelo governo do Estado para atuar em possíveis casos de riscos de desastres envolvendo barragens. “Fomos notificados sobre as situações das barragens e montamos um comitê com força-tarefa do qual foram treinados agentes regionais e municipais para atuação. Trata-se de um monitoramento feito com muito rigor. E é importante destacar que a Defesa Civil tem o dever e papel de analisar o plano de ação de barragens, com o objetivo de avaliar o volume desse plano, assim como a segurança populacional”, destaca.
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O militar enfatiza ainda que a Defesa Civil tem realizado constantes emissões de alertas, vistorias nas barragens e reuniões com os órgãos competentes no decorrer de todo o ano. “É lógico que, com a realidade das chuvas, a situação fica mais preocupante, mas temos atuado de uma forma mais intensificada”.
Estudo destaca situação de estruturas
Em relação à situação das três barragens que apresentam nível de alerta máximo no Estado, a Agência Nacional de Mineração classificou-as em categoria de nível 3. Segundo um estudo que faz parte do Plano de Ação da própria agência, quando uma barragem é inclusa na categoria de nível 3 de emergência é porque técnicos constatam que a estrutura apresenta rompimento iminente. Desta forma, a qualquer momento, pode ocorrer risco de rompimento.
As demais barragens, que apresentam risco de nível médio, estão localizadas nas cidades de Brumadinho, Congonhas, Itabira, Itabirito, Mariana, Nova Lima, Rio Acima, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo, também na região Central de Minas.
Ao avaliar o Dano Potencial Associado – DPA, que analisa a consequência de um rompimento, o relatório da agência aponta que o risco alto pode ocorrer por vários fatores. “O DPA é o dano que pode ocorrer devido a rompimento, vazamento, infiltração no solo ou mau funcionamento de uma barragem, independentemente da sua probabilidade de ocorrência, podendo ser graduado de acordo com as perdas de vidas humanas e impactos sociais, econômicos e ambientais”, explica o coordenador de Planejamento e Gestão do Eixo Central de Minas Gerais da ANM, Claudinei Oliveira Cruz.
Monitoramento
Por meio de painéis desenvolvidos na plataforma ArcGis, o Sistema Integrado de Gestão de Barragens de Mineração (SIGBM) da ANM monitora, em tempo real, com a ajuda de ferramentas analíticas e intuitivas, o nível de emergência e dano potencial de cada barragem.
Segundo Claudinei, os painéis proporcionaram maior celeridade, assertividade e previsibilidade na gestão do risco das atividades minerárias. “As análises são utilizadas pela equipe de segurança de barragens para tomada de decisão em situações emergenciais com foco em proteger a vida humana, o meio ambiente e o patrimônio de terceiros e do empreendedor”, explica Claudinei.
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