Economia

Chuvas em hidrelétricas terão quinta pior média da história

De acordo com o operador, clima decepcionante no período tipicamente úmido traz atenção para possíveis “desafios” na operação do sistema elétrico brasileiro
Chuvas em hidrelétricas terão quinta pior média da história
Precipitações devem chegar às hidrelétricas entre este mês e julho deste ano, segundo ONS | Crédito: REUTERS/Rickey Rogers/Files

São Paulo – As chuvas que devem chegar às usinas hidrelétricas do Brasil entre fevereiro e julho deste ano devem alcançar a quinta pior média da história, no cenário mais otimista, como apontou ontem o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo o ONS, a energia natural afluente (ENA) no período deve variar entre 51% e 78% da média histórica. A estimativa do limite inferior, se confirmada, seria a menor em toda série histórica de 94 anos.

O cenário foi apresentado pelo ONS em reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) no início de fevereiro e divulgado nesta segunda-feira em comunicado no site do órgão. De acordo com o operador, a situação de chuvas decepcionantes no período tipicamente úmido traz atenção para possíveis “desafios” na operação do sistema elétrico brasileiro, mas a expectativa é de que o país será capaz de atender à demanda de energia projetada.

Apesar do forte crescimento das fontes renováveis eólica e solar nos últimos anos, o Brasil ainda é bastante dependente da geração hidrelétrica, com os períodos chuvosos sendo cruciais para recuperar os níveis de armazenamento dos reservatórios de todo o país.

Pelas projeções do ONS, a capacidade dos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste, região considerada a caixa d’água do País, deve variar entre 36,3% e 73,1% ao final de julho.

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Na projeção superior, os reservatórios do principal subsistema estariam em patamar 11,2 pontos percentuais (p.p.) abaixo do verificado em julho de 2023 e, na projeção inferior, 48% inferior.

Diante desse cenário, o ONS disse ter feito recomendações ao CMSE para monitorar o replecionamento dos reservatórios da bacia hidrográfica do Paraná e definir sobre eventual flexibilização das defluências mínimas nas hidrelétricas Porto Primavera e Jupiá, a partir de março, para os níveis de 3.900m³/s e 3.300m³/s, respectivamente.

“O ajuste nas defluências teria a função de assegurar melhores condições de atendimento futuro do SIN (Sistema Irterligado Nacional) e a garantia da preservação dos usos múltiplos da água”, declarou, em comunicado.

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