Chuvas no Rio Grande do Sul impactam setor automotivo

As enchentes no Rio Grande do Sul têm impacto sobre o setor automotivo, afetando a produção das montadoras em locais do Brasil e da Argentina. General Motors (GM), Volkswagen, Toyota e Stellantis tiveram problemas decorrentes dos alagamentos. Em Minas Gerais, as empresas não enfrentam dificuldades, porém, o cenário pode ser alterado caso as fortes chuvas continuem.
De acordo com o diretor regional do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) em Minas Gerais, Fábio Sacioto, as fabricantes de autopeças do Estado, por exemplo, não foram afetadas até o momento pela tragédia climática. Segundo ele, as companhias estão conseguindo trabalhar sem ter redução na produção e faturamento.
“Por enquanto, em Minas, está sob controle e não há risco de desabastecimento para as montadoras. Isso é uma fotografia do momento. Se as cheias continuarem, pode mudar”, disse.
O que está acontecendo até agora, em outros estados, conforme Sacioto, são fornecedores de montadoras enfrentando problemas com subfornecedores gaúchos, que não conseguem operar em razão da situação calamitosa. Como consequência, as fabricantes de automóveis são impactadas.
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Somando-se à paralisação do órgão responsável pela emissão das licenças ambientais exigidas pela legislação vigente, o impacto da catástrofe no fornecimento de componentes, além da cadeia logística, afetou a Stellantis. O grupo, dono das marcas Fiat, Citroën, Jeep e Peugeot, teve que paralisar pontualmente a produção do polo automotivo do grupo em Córdoba, na Argentina.
Em nota, a empresa reiterou que “segue analisando a necessidade de novas paradas em suas unidades na região”. A fábrica da montadora em Minas Gerais, localizada no município de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), segue produzindo normalmente.
Iveco não prevê paralisações, enquanto GM, Volkswagen e Toyota sofrem impactos
Outra montadora com unidade fabril em Minas Gerais é a Iveco Group. Sete Lagoas, na região Central do Estado, abriga o maior complexo industrial da fabricante. Questionada sobre possíveis impactos, a empresa disse, por nota, que “não tem nenhuma previsão de paralisação”.
Por outro lado, a GM, que detém marcas como a Chevrolet, tem a situação mais crítica. A montadora tem fábrica no município gaúcho de Gravataí e a produção foi afetada pelas chuvas. Pelo menos até o dia 17 de maio, a unidade permanecerá com days off, por medida de segurança.
Parte dos veículos da Toyota, que estão no centro de distribuição da companhia no município de Guaíba, também foi danificada pelas enchentes. O local serve como porta de entrada para dois modelos da empresa no Brasil, a Hilux e o SUV SW4, que são fabricados na Argentina.
A Volkswagen, por sua vez, informou que, em função dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul, “fornecedores de peças da empresa, com fábricas instaladas no estado, estão impossibilitados de produzir no momento”. Em razão do problema, a montadora resolveu dar 10 dias de férias coletivas, a partir do dia 20 deste mês, nas unidades de São Bernardo do Campo e Taubaté, ambas em São Paulo, enquanto na planta de São Carlos, também paulista, serão 11 dias de férias.
Mercedes-Benz monitora a situação e tomará medidas necessárias de adequação
Também com planta em Minas Gerais, em Juiz de Fora, na Zona da Mata, a Mercedes-Benz está acompanhando de perto o cenário gaúcho. Por nota, a empresa disse que, “consciente dos prováveis impactos nas cadeias produtiva e logística do setor automotivo de forma geral, segue monitorando a situação de abastecimento de peças para as linhas de produção e tomará as medidas necessárias na adequação do cenário para atender seus clientes da melhor forma”.
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