Economia

Chuvas reduzem preço no mercado livre de energia

Chuvas reduzem preço no mercado livre de energia
O aguardado período de chuvas iniciado no fim de setembro tende a diminuir os preços praticados também no mercado cativo de energia | Crédito: REUTERS/Paulo Whitaker

A escalada de preços sentida no mercado livre de energia a partir de abril de 2021 teve alívio em meio à chegada das chuvas do final de setembro. 

Nos meses de julho e agosto, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), definido pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), chegou a atingir o valor médio estrutural máximo no submercado que engloba as regiões Centro-Oeste e Sudeste de R$ 583,88 por Megawatt-hora (MWh). Ainda em setembro, a média do mês fechou um pouco abaixo, com R$ 577,37. 

Em outubro, a média do preço fechou em R$ 249,36 no submercado em questão. Segundo o sócio-diretor da Enecel Energia, Raimundo de Paula Batista Neto, a redução dos preços, que hoje já mantém o preço semanal abaixo de R$ 100, deve se estabilizar nos próximos meses. 

“O importante é que houve o cenário de chuvas, ainda que não tenha sido suficiente para recuperar os reservatórios. Mas tivemos condições de melhorar o balanço energético”, avalia Raimundo.

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Situação energética 

Em uma análise mais profunda do cenário que contribuiu para a chegada do País às crises energética e hídrica recentes, o ex-presidente da Eletrobras Aloísio Vasconcelos explicou que a situação dos reservatórios já era de conhecimento do governo federal e, no entanto, não foram adotadas providências. 

“Como consequência, tivemos a tarifa aumentada pelo uso das usinas térmicas. E, obviamente, quando você tem um impacto desse, há alguma retração no consumo da classe média, das empresas, das indústrias, do comércio, e as flexibilizações de horário pela pandemia. E, na minha visão, esse cenário também influenciou o preço do mercado livre”, avaliou Aloísio.  

Com olhar mais técnico sobre o cenário, Aloísio lembra, ainda, que muitas pessoas podem não ter percebido a chuva em suas residências, mas que as chuvas de outubro foram acima da média e as precipitações ocorreram em locais importantes: nas cabeceiras, nos lagos e nas regiões onde estão localizados os reservatórios. 

Para o futuro, Aloísio acredita que a robustez do Sistema Interligado Nacional (SIN) e as precipitações esperadas para os próximos meses, até março de 2022, caso as previsões aconteçam, devem acalmar os preços também do mercado cativo de energia  –  o mercado cativo é formado pela maior parte das pessoas físicas (consumidores) do País e que são submetidos a tarifas estabelecidas pelo governo. 

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