Economia

Chuvas reduzem produtividade do setor de transporte de cargas

Estimativa foi feita pelo Setcemg
Chuvas reduzem produtividade do setor de transporte de cargas
Com chuva, velocidade dos caminhões precisa ser reduzida e ainda há interdições em vários pontos das rodovias mineiras | Crédito: Charles Silva Duarte

O período de chuvas causa impactos em diversos setores produtivos e um deles é o das empresas de transporte de cargas no Estado. “A perda de produtividade dos veículos varia de 20% a 25% nesta época”, observa o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Júnior.

O motivo, conforme o dirigente, é que com as chuvas é necessário reduzir a velocidade dos caminhões e ainda há interdições em vários pontos das rodovias mineiras, o que faz com que o tempo de viagem aumente. “O pior mesmo é o aumento do risco de acidentes neste período do ano”, observa.

Silva Júnior diz que os prejuízos contabilizados pelo setor de transporte de cargas e logística variam de acordo com o porte da empresa e o ramo de atividade que ela atende. Ele estima que as perdas com as chuvas para o segmento podem chegar a 40%, em especial, para as transportadoras que trabalham com minério.  

E para ajudar os motoristas nesta época, o presidente do Setcemg destacou que há um aplicativo que mostra em tempo real as interdições nas rodovias, que faz parte da campanha “Ir e Vir Seguro”, feita em parceria com órgãos de segurança.

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Iniciada em 2022, a campanha tem o objetivo de dar maior segurança para enfrentar o período de chuvas nas rodovias e mitigar os problemas causados pelas precipitações no setor de transporte de cargas.

O dirigente ressalta que a condição precária das rodovias mineiras não é de hoje. “É uma situação de anos, fruto da falta de investimentos na manutenção”, frisa. O último levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 78% da malha rodoviária estadual é regular, ruim ou péssima.

Para ele, as correções nas estradas deveriam ser mais rápidas, o que não acontece em razão da dinâmica das obras feitas pelo poder público, como é o caso das licitações, que têm todo um trâmite definido em lei. “A concessão é um caminho para rodovias com muito fluxo e que precisam de investimentos pesados. Além do mais, o Estado não tem recurso para tudo”, destaca.  

O presidente do Setcemg estima que o faturamento do setor em Minas no ano passado teve crescimento no patamar de 5% a 6%. “Só que vale lembrar que a margem foi reduzida por causa do aumento dos custos. O ano de 2023 pode ser avaliado como sendo de razoável para bom”, diz.

Para 2024, ele aposta em um ano complexo em razão da reoneração da folha de pagamento e o impacto negativo da concorrência chinesa em um setor importante para os transportadores, que é siderúrgico, entre outros fatores. “É difícil fazer qualquer tipo de previsão, pois tudo vai depender do ritmo da economia. É possível ter um faturamento um pouco melhor”, analisa.    

Investimentos

Silva Júnior também avaliou os investimentos de R$ 3 bilhões previstos para este ano nas estradas de Minas Gerais, anunciados pela Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra). Ele diz que são um “alento”, mas que o recurso ainda é pouco diante do atual estado das rodovias. “Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do País e tudo passa pelo Estado”, observa.

O valor contempla aportes do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER-MG) e das concessionárias de rodovias privatizadas. As obras serão para recuperar trechos, construir pontes e pavimentar locais ainda sem asfalto.

O dirigente lembra do levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgado em novembro passado, que mostra que para recuperar trechos danificados das rodovias de Minas Gerais é necessário investimentos de R$ 16,63 bilhões.

O montante seria gasto com ações emergenciais, como reconstrução e restauração, além de manutenção das estradas. A projeção da 26ª pesquisa CNT de Rodovias contempla apenas a recuperação do pavimento, excluindo valores a serem destinados para melhorias na sinalização e no traçado das vias.

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