Economia

Ciência em Minas foi marcada por desafios em ano de Covid

Ciência em Minas foi marcada por desafios em ano de Covid
Ao todo, 3.835 processos foram avaliados de forma remota na Fundação, afirmou Pessoa | Crédito: Divulgação/Fapemig

O ano de 2020 foi atípico, marcado por uma grave crise sanitária que trouxe à tona, mais uma vez, a importância de se investir em ciência, tecnologia e inovação. A CT&I tiveram papéis fundamentais na construção de informação sobre a Covid-19, proporcionando o rápido desenvolvimento de medidas de segurança, tratamento e vacinas para essa nova doença.

O ano mal havia começado quando o mundo precisou lidar com uma das mais graves pandemias da história da humanidade. A Covid-19, provocada por um novo tipo de coronavírus, fez com que a comunidade científica se mobilizasse para buscar tratamentos, vacina e mais informações.

Em março, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lançou o Programa emergencial de apoio a ações de enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus – Chamada 01/2020. Com o objetivo de fortalecer ações inovadoras nas instituições científicas, tecnológicas e de inovação públicas do Estado, o programa recebeu 197 projetos para análise. Destes, 19 foram aprovados para contratação e somados representaram um investimento de R$1,98 milhão.

Outro marco positivo foi a nova chamada do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão compartilhada em saúde (PPSUS), lançada em julho. A iniciativa teve 145 propostas submetidas, aprovando 16. Já o Ciclo de Inovação Aberta buscou conectar desafios relevantes a soluções tecnológicas do meio acadêmico. Promovido pelo Hub MG, com apoio da Fapemig, o ciclo lançou dois desafios – do aço e de previsão de vendas – a fim de sanar problemas enfrentados por um dos maiores grupos siderúrgicos do mundo.

A adoção do trabalho remoto levou a adaptações de procedimentos. Segundo o assessor técnico de Ciência e Inovação da Fapemig, Rafael Pessoa, verificou-se uma boa taxa média de desempenho por câmeras. Ao todo, 3.835 processos foram avaliados de forma remota.

Vale destacar, ainda, o seminário “Marco Zero” dos projetos contratados em parceria com a Fundação Renova, para recuperar a área comprometida pelo o desastre da barragem do Fundão em Mariana, em 2015. O Seminário Marco Zero Biodiversidade – Chamada 10/2018 reuniu vários atores envolvidos no processo que, agora, iniciarão suas pesquisas.

Inovação – Em 2020, a Fapemig lançou a Vitrine Tecnológica de Minas Gerais. Hospedada no site da fundação, a plataforma apresenta tecnologias desenvolvidas por pesquisadores mineiros que podem ser exploradas comercialmente por empresas. Um exemplo é o dispositivo desenvolvido na Universidade Federal de Lavras (Ufla), pelo pesquisador Juliano Oliveira, que permite controlar, em tempo real, a fertilização do solo. Ajudando, assim, no consumo eficiente de água e na redução do impacto ambiental provocado pela lavoura.

No contexto do Programa Centelha – MG, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operada pela Fundação Certi e executada em Minas Gerais pela Fapemig, a maior parte dos projetos foi contratada e já está em andamento.

“Foram feitos pelo menos três eventos para aprimoramento, alguns próprios para os empreendedores, outros abertos ao público”, informa. Além disso, a fundação teve participação importante na semana de inovação organizada pela Prodemge, quando organizou painel para discutir a legislação mineira sobre ciência, tecnologia e inovação.

A agência de fomento também apoiou financeiramente uma edição especial do programa mineiro de aceleração de startups, atualmente sobre o comando da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (Sede), chamado Seed Gov. O objetivo dessa edição é desenvolver soluções para o governo do Estado, ou seja, os demandantes dos desafios são os próprios órgãos públicos, inclusive a Fapemig.

Também foi lançado, em 2020, um canal de informação sobre inovação e tecnologia, o Inovaminas. Também localizado no site da Fapemig, o ambiente é atualizado semanalmente e traz experiências, novidades e oportunidades do setor de inovação mineiro.

Pandemia – Além da chamada emergencial para financiamento de pesquisas sobre a Covid-19, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) também direcionou recursos financeiros adicionais ao Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCT-V). O que ajudou na mudança radical da rotina da equipe, que se reajustou para trabalhar em duas frentes: diagnóstico da doença e desenvolvimento de uma vacina.

No final de março, a Fapemig, em parceria com a Sede, por meio da Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, financiou projetos e ideias inovadoras de instituições de pesquisa mineiras que buscavam combater a pandemia. A fundação também buscou levar à população informações confiáveis e acessíveis sobre a pandemia. Para isso, apoiou o coletivo Força-tarefa Amerek, iniciativa de divulgação científica que contou com a colaboração de pesquisadores, jornalistas e comunicólogos de várias instituições do Brasil, assim como de outros países, como a Itália.

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