Ciência em Minas foi marcada por desafios em ano de Covid

O ano de 2020 foi atípico, marcado por uma grave crise sanitária que trouxe à tona, mais uma vez, a importância de se investir em ciência, tecnologia e inovação. A CT&I tiveram papéis fundamentais na construção de informação sobre a Covid-19, proporcionando o rápido desenvolvimento de medidas de segurança, tratamento e vacinas para essa nova doença.
O ano mal havia começado quando o mundo precisou lidar com uma das mais graves pandemias da história da humanidade. A Covid-19, provocada por um novo tipo de coronavírus, fez com que a comunidade científica se mobilizasse para buscar tratamentos, vacina e mais informações.
Em março, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) lançou o Programa emergencial de apoio a ações de enfrentamento da pandemia causada pelo novo coronavírus – Chamada 01/2020. Com o objetivo de fortalecer ações inovadoras nas instituições científicas, tecnológicas e de inovação públicas do Estado, o programa recebeu 197 projetos para análise. Destes, 19 foram aprovados para contratação e somados representaram um investimento de R$1,98 milhão.
Outro marco positivo foi a nova chamada do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão compartilhada em saúde (PPSUS), lançada em julho. A iniciativa teve 145 propostas submetidas, aprovando 16. Já o Ciclo de Inovação Aberta buscou conectar desafios relevantes a soluções tecnológicas do meio acadêmico. Promovido pelo Hub MG, com apoio da Fapemig, o ciclo lançou dois desafios – do aço e de previsão de vendas – a fim de sanar problemas enfrentados por um dos maiores grupos siderúrgicos do mundo.
A adoção do trabalho remoto levou a adaptações de procedimentos. Segundo o assessor técnico de Ciência e Inovação da Fapemig, Rafael Pessoa, verificou-se uma boa taxa média de desempenho por câmeras. Ao todo, 3.835 processos foram avaliados de forma remota.
Vale destacar, ainda, o seminário “Marco Zero” dos projetos contratados em parceria com a Fundação Renova, para recuperar a área comprometida pelo o desastre da barragem do Fundão em Mariana, em 2015. O Seminário Marco Zero Biodiversidade – Chamada 10/2018 reuniu vários atores envolvidos no processo que, agora, iniciarão suas pesquisas.
Inovação – Em 2020, a Fapemig lançou a Vitrine Tecnológica de Minas Gerais. Hospedada no site da fundação, a plataforma apresenta tecnologias desenvolvidas por pesquisadores mineiros que podem ser exploradas comercialmente por empresas. Um exemplo é o dispositivo desenvolvido na Universidade Federal de Lavras (Ufla), pelo pesquisador Juliano Oliveira, que permite controlar, em tempo real, a fertilização do solo. Ajudando, assim, no consumo eficiente de água e na redução do impacto ambiental provocado pela lavoura.
No contexto do Programa Centelha – MG, promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), operada pela Fundação Certi e executada em Minas Gerais pela Fapemig, a maior parte dos projetos foi contratada e já está em andamento.
“Foram feitos pelo menos três eventos para aprimoramento, alguns próprios para os empreendedores, outros abertos ao público”, informa. Além disso, a fundação teve participação importante na semana de inovação organizada pela Prodemge, quando organizou painel para discutir a legislação mineira sobre ciência, tecnologia e inovação.
A agência de fomento também apoiou financeiramente uma edição especial do programa mineiro de aceleração de startups, atualmente sobre o comando da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (Sede), chamado Seed Gov. O objetivo dessa edição é desenvolver soluções para o governo do Estado, ou seja, os demandantes dos desafios são os próprios órgãos públicos, inclusive a Fapemig.
Também foi lançado, em 2020, um canal de informação sobre inovação e tecnologia, o Inovaminas. Também localizado no site da Fapemig, o ambiente é atualizado semanalmente e traz experiências, novidades e oportunidades do setor de inovação mineiro.
Pandemia – Além da chamada emergencial para financiamento de pesquisas sobre a Covid-19, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) também direcionou recursos financeiros adicionais ao Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Vacinas (INCT-V). O que ajudou na mudança radical da rotina da equipe, que se reajustou para trabalhar em duas frentes: diagnóstico da doença e desenvolvimento de uma vacina.
No final de março, a Fapemig, em parceria com a Sede, por meio da Subsecretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, financiou projetos e ideias inovadoras de instituições de pesquisa mineiras que buscavam combater a pandemia. A fundação também buscou levar à população informações confiáveis e acessíveis sobre a pandemia. Para isso, apoiou o coletivo Força-tarefa Amerek, iniciativa de divulgação científica que contou com a colaboração de pesquisadores, jornalistas e comunicólogos de várias instituições do Brasil, assim como de outros países, como a Itália.
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