Vendas de cimento na região Sudeste crescem 4,3% em agosto

As vendas de cimento na região Sudeste do Brasil cresceram 4,3% em agosto frente ao mesmo mês de 2022, totalizando 2,8 milhões de toneladas. O avanço na região foi superior ao observado na média nacional, que apresentou uma ligeira alta de 1,4% no comparativo. É o que revela o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC).
Já no acumulado de 2023, o resultado foi negativo no Sudeste, com queda de 0,2% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O volume de cimento comercializado na região passou de 19,5 milhões para 19,4 milhões de toneladas.
O cenário não foi muito diferente para o restante do País, com apenas a região Nordeste (1,5%) apresentando variação positiva; o indicador geral fechou o período em queda de 1,3%, alcançando 41,7 milhões de toneladas.
O presidente do SNIC, Paulo Camillo Penna, acredita que a implementação dos projetos de infraestrutura voltados para logística, saneamento e habitação poderá reverter a performance negativa da indústria do cimento registrada até o momento. “Nossa expectativa é que se confirme a sazonalidade positiva nas vendas do setor no segundo semestre”, revela.
Quanto ao despacho de cimentos por dia foi possível observar um crescimento de 1,8% sobre agosto de 2022. A comercialização do produto no mercado nacional foi de 238,9 milhões de toneladas por dia. Já na comparação com o mês anterior, o avanço foi de 2,5%.
Confiança do setor de construção
Conforme demonstram os principais indicadores, as vendas de materiais de construção, particularmente do cimento, vêm sendo impactadas pela menor renda da população, elevadas taxas de juros e alto endividamento das famílias, próximo ao recorde da série histórica – atingiu 48,3%, em junho.
Mesmo assim, a confiança da construção subiu e vem atingindo o maior indicador desde 2022. O segmento de preparação de terrenos é o mais confiante, o que pode representar um importante indicador antecedente do início de novas obras.
O setor de Infraestrutura vê como grande avanço o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3), iniciativa do governo lançada em agosto, que prevê desembolso de R$ 1,4 trilhão entre 2023 e 2026.
Somente em rodovias estão previstos 269 projetos de restauração, construção e duplicação de estradas pelo Brasil, com investimentos previstos de R$ 186 bilhões. Esse aporte poderá abrir oportunidades para o uso de soluções mais econômicas e ambientalmente sustentáveis, como o pavimento rígido de concreto.
Já no caso da infraestrutura habitacional, temos o Programa “Minha Casa, Minha Vida” que integra o Novo PAC. Ele incorpora ações de desburocratização e facilidades para compra do imóvel com a redução de juros e aumento dos valores do subsídio. O conjunto de medidas começa a ser percebido com aumento nas vendas de unidades adquiridas dentro do programa.
Em razão dos entendimentos havidos entre o Executivo e lideranças da Câmara dos Deputados, a questão envolvendo os decretos que tratam do saneamento deverão ser revogados pelo presidente da República, que editará um novo texto, trazendo apenas as partes sobre as quais não há questionamentos. A medida trará maior segurança aos investidores no setor e estímulo ao consumo de cimento.
O investimento em infraestrutura é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País e é imprescindível que os projetos saiam do papel e as obras sejam retomadas.
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