Economia

Saiba quais são as cinco cidades mineiras que mais geraram empregos em março de 2025

Minas Gerais registrou saldo positivo de 18.169 empregos em março com destaque para grandes cidades
Saiba quais são as cinco cidades mineiras que mais geraram empregos em março de 2025
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O mercado de trabalho em Minas Gerais segue aquecido em 2025. De acordo com os dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Estado registrou em março um saldo positivo de 18.169 empregos com carteira assinada. Foram 245.360 admissões e 227.191 desligamentos no período. Cinco cidades se destacaram na geração de vagas:

  • Belo Horizonte
  • Uberlândia
  • Contagem
  • Juiz de Fora
  • Betim

Embora Belo Horizonte tenha liderado o número de admissões, com 48.126 contratações, a capital mineira registrou um saldo negativo de 379 postos, devido ao volume maior de desligamentos (48.505). Para o professor de Ciências Contábeis da Estácio BH Alisson Batista esse comportamento é esperado no início do ano. 

“Esse movimento é comum nos períodos de fevereiro a março, tendo em vista o encerramento dos contratos temporários realizados em outubro e novembro. Se for um contrato de 90 dias, ele se encerra nesse período. Não significa uma desaceleração, mas sim um ajuste no quadro de pessoal”, explica Batista.

O setor de construção foi o que mais contratou em Belo Horizonte no mês de março, com 7.840 admissões e um saldo positivo de 1.081 empregos. O professor explica que o setor vai continuar aquecido nos próximos meses, tanto em BH como no restante do Estado. 

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“Não somente no cenário belo-horizontino, mas no cenário mineiro, o setor de construção puxa para cima as admissões. A gente tem vários empreendimentos em desenvolvimento, algumas empresas que estavam com obras paradas estão retomando as atividades. A gente observa que o setor está bastante aquecido e vai continuar ainda no segundo trimestre”, comenta Batista.

Para o mestre em administração, contador e professor da Newton Paiva Wyden, Franz Petrucelli, o setor de construção foi fomentado também por programas do governo como o Minha Casa, Minha Vida. “Isso pode ser impulsionado por investimentos em infraestrutura, pela retomada de projetos imobiliários e por programas governamentais de incentivo ao setor”, ressalta.

Agro e comércio levam Uberlândia e Contagem para o pódio de geração de empregos em Minas

Já o segundo lugar ficou com Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que contratou 12.539 trabalhadores e obteve um saldo positivo de 429 empregos. Os números foram puxados pelo tradicional polo do agronegócio e do setor de Serviços, com saldo positivo de 443 e 208 contratações, respectivamente. Segundo Batista, o desempenho de Uberlândia está diretamente ligado à força do agronegócio na região.

“Por estar no coração do Triângulo Mineiro, Uberlândia sente primeiro os impactos das movimentações econômicas do primeiro trimestre. A agropecuária tem um berço forte na região. Algumas empresas e cooperativas são sediadas no município”, afirma.

Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), aparece na lista com 11.347 admissões e um saldo de 293 empregos. Conhecida por seu parque industrial, a cidade mantém uma recuperação moderada do mercado de trabalho. O saldo positivo foi estimulado pelos setores de Comércio (277) e Indústria (93).  

“Contagem tem um grande bolo de empresas da atividade industrial, que no período de janeiro fica com uma atividade inferior para retomar as suas atividades posteriormente. A gente vai ver o impacto dessas contratações nos meses de abril e maio. Não é nada que apresenta ali uma recessão, muito pelo contrário”, destaca Batista.

Setor de serviços: motor da geração de empregos em Minas

Juiz de Fora, na Zona da Mata, vem em quarto lugar com 6.341 admissões e saldo de 797 empregos, o maior saldo proporcional entre as cinco maiores cidades mais empregadoras de Minas. O setor de Serviços foi o mais aquecido no município em março, com 3.362 contratações e saldo de 617. 

“O setor de serviços tem sido o principal motor da geração de empregos em 2025. Esse crescimento pode estar relacionado à recuperação de atividades presenciais após períodos de restrição, ao aumento da demanda por serviços diversos e à própria dinâmica desse setor na economia brasileira”, explica Petrucelli.

Logo depois aparece Betim, com 6.049 contratações e saldo de 744 empregos, impulsionada pelos setores de Serviços (2.505) e Comércio (1.524), além da Indústria automobilística e pela cadeia de suprimentos ligada ao setor.

“A indústria também contribuiu positivamente para a criação de vagas, embora em menor proporção que os serviços e a construção. Esse resultado pode refletir uma recuperação gradual da atividade industrial e um aumento da demanda por bens manufaturados”, analisa o professor da Newton.

Minas segue cenário nacional

A geração de empregos em Minas Gerais reflete o cenário nacional, que fechou março com mais de 70 mil vagas criadas. As regiões Sudeste e Sul alavancaram os números do Caged com saldo positivo de 48.086 e 24.553 vagas, respectivamente. 

“O Sudeste e o Sul têm se destacado na geração de empregos, refletindo a concentração da atividade econômica nessas regiões. O desempenho positivo em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul impulsiona os números nacionais”, detalha Petrucelli.

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