Economia

Cit Senai ITR, localizado em Lagoa Santa, produz ímãs de terras-raras em caráter experimental

Empreendimento localizado em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, atua de forma experimental
Cit Senai ITR, localizado em Lagoa Santa, produz ímãs de terras-raras em caráter experimental
Foto: Reprodução Site Fiemg

O Centro de Inovação e Tecnologia para Ímãs de Terras Raras (Cit Senai ITR), localizado em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), já está produzindo, em caráter de testes, os ímãs permanentes de neodímio-ferro-boro (NdFeB). Todos os equipamentos da fábrica foram comissionados recentemente e estão sendo utilizados na dinâmica do projeto MagBras – da Mina ao Imã, lançado oficialmente em julho último.

Mantido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), o empreendimento tem capacidade de fabricar até cem toneladas de ímãs por ano. O objetivo da produção experimental é demonstrar que o Brasil é capaz de desenvolver, em escala industrial, esse tipo de produto, essencial para setores como mobilidade elétrica, energia limpa, defesa e eletrônica de ponta.

O gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) do Cit Senai ITR, José Luciano de Assis Pereira, afirma que um dos grandes desafios do País é conseguir produzir ímãs de terras-raras a preços competitivos em relação à China. Atualmente, os chineses são responsáveis por aproximadamente 90% da fabricação global desses itens.

Ele salienta que, além do preço, os consumidores observam outros fatores para escolher fornecedores. Entre os pontos observados estão questões relacionadas ao impacto ambiental, à descarbonização, à logística e à capacidade de fabricar ímãs sob demanda.

José Luciano de Assis Pereira
O gerente de PD&I do Cit Senai ITR, José Luciano de Assis Pereira, diz que um dos desafios é produzir com preços competitivos | Foto: Diário do Comércio / Thyago Henrique

Conforme Pereira, os tradicionais produtores asiáticos têm portfólios prontos de ímãs de terras-raras, e quando o cliente precisa de algo fora dessa carteira, geralmente custa mais caro e demora mais para receber o produto. Nesse contexto, o gerente ressalta que há demanda nacional e internacional para atender e o Brasil pode atuar com vantagens competitivas que extrapolam apenas o preço se, de fato, desenvolver essa etapa da cadeia.

Laboratório realiza testes com materiais do Projeto Araxá

Alinhada ao MagBras, o Cit Senai ITR recebeu amostras de óxidos de terras-raras do Projeto Araxá, da St George Mining, no Alto Paranaíba, para realização de testes. O diretor da mineradora no Brasil, Thiago Amaral, destaca que, possivelmente, os primeiros ímãs a serem produzidos no País serão desenvolvidos com recursos extraídos do solo araxaense, o que é motivo de orgulho para a companhia.

Outra empresa que já entregou materiais para experimentos do laboratório-fábrica foi a Viridion Rare Earth Technologies, joint venture da Viridis Mining and Minerals com a Ionic Rare Earths. Nesse caso, foram entregues óxidos de terras-raras produzidos no Reino Unido, obtidos a partir da reciclagem de ímãs utilizados em turbinas eólicas e equipamentos de ressonância magnética coletados no território brasileiro.

Em vista de implementar a cadeia produtiva nacional completa para ímãs de terras-raras, o Magbras é uma iniciativa estratégica do Programa Mover, fruto de uma chamada pública da Fundação de Apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (Fundep) e o Senai. O projeto conta com investimento de R$ 73 milhões e reúne 28 empresas, além de sete Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs).

Entre as ICTs, além do Cit Senai ITR, tem o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem). Pereira pontua que a instituição, sediada no Rio de Janeiro, vem conduzindo estudos referentes à separação dos óxidos de terras-raras a partir do minério bruto.

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