Economia

CNI: 86% do parque nacional usa ao menos uma técnica de manufatura enxuta

Método consiste em técnicas de melhoria da gestão, redução de desperdícios e adoção de melhoria contínua dos processos produtivos
CNI: 86% do parque nacional usa ao menos uma técnica de manufatura enxuta
Crédito: Reprodução Adobestock

A grande maioria da indústria brasileira utiliza pelo menos uma técnica de manufatura enxuta, segundo sondagem especial realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O método consiste em técnicas de melhoria da gestão, redução de desperdícios e adoção de melhoria contínua dos processos produtivos.

Ao todo, 86% do parque nacional faz uso do método e 41% adotaram pelo menos 11 técnicas – em uma lista de 17 – para reduzir tempo e custo de produção e aumentar a qualidade em 2023. O volume indica aumento considerável sobre 2018, por exemplo, quando 35% das indústrias faziam uso de 10 a 15 técnicas, em uma lista de 15 possíveis.

Apesar dos bons números, a pesquisa aponta um novo desafio: integrar essas técnicas, originalmente pensadas ainda na década de 1980, às tecnologias digitais, como inteligência artificial, internet das coisas e big data, para se tornarem mais produtivas e eficientes. Para a CNI, essa integração marca uma evolução nos paradigmas operacionais das empresas em todo o mundo.

A sondagem mostra que para 48% das indústrias de transformação, o alto custo de consultoria ou a implementação das técnicas representaram importante barreira em 2023. O percentual é maior do que os 34% encontrados em 2018, apesar das técnicas de organização da produção geralmente apresentarem baixo custo de implementação.

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A gerente de Política Industrial da CNI, Samantha Cunha, atribui o aumento à crescente interligação das técnicas à implementação de tecnologias digitais, que também possuem alto custo de implementação na percepção das empresas industriais.

E, apesar de serem métodos criados e adotados há muito tempo, para 37% da indústria de transformação brasileira ainda falta conhecimento sobre as opções, o que limita o avanço. Prova disso é que tanto na pesquisa de 2018 quanto na de 2023, a falta de conhecimento aparece entre as principais barreiras à adoção.

“A pesquisa reforça a importância do programa Brasil Mais Produtivo, que realizará consultorias para as empresas, tanto para a adoção de práticas de manufatura enxuta quanto para a implementação de novas tecnologias digitais”, afirma Samantha Cunha.

Conforme a CNI, as características dos setores importam na adoção das técnicas. É que naqueles com um processo dividido em diferentes etapas, como fabricação, usinagem e montagem, há utilização de mais técnicas de manufatura enxuta. Já naqueles com processos contínuos (ou por bateladas), como o setor químico, o percentual de uso é menor.

Setor de transformação retoma ritmo de crescimento

A indústria de transformação mostrou recuperação em junho, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os índices de faturamento, horas trabalhadas na produção, massa salarial real, rendimento médio e utilização da capacidade instalada avançaram. Além disso, apesar de ter mostrado estabilidade, o indicador de emprego se encontra em patamar elevado.
“Esse avanço é explicado pelo fim da greve dos trabalhadores do setor automotivo e pelo retorno das atividades nas indústrias que tiveram a produção interrompida, tanto de forma direta como indiretamente, pelas enchentes no Rio Grande do Sul”, explica o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

A pesquisa da CNI ainda mostra que o faturamento real da indústria de transformação avançou 6,3% em junho, na comparação livre de efeitos sazonais. No mês anterior, o indicador registrou queda de 4,8%. O aumento resulta no crescimento de 1,4% do faturamento real entre janeiro e junho, na comparação com o mesmo período de 2023.

Já o emprego da indústria de transformação se manteve estável na passagem de maio para junho, com uma variação de 0,1%, na comparação livre de efeitos sazonais. Entre janeiro e junho desse ano, houve crescimento de 1,6% quando comparado com o primeiro semestre do ano passado.

O indicador de número de horas trabalhadas também registrou avanço de 2,2% na passagem de maio para junho, na série livre de efeitos sazonais. Neste semestre, houve um crescimento de 2,6% em comparação aos primeiros seis meses do ano passado.

Massa salarial e rendimento médio

A massa salarial real da indústria de transformação cresceu 4,3% na passagem de maio para junho, na série livre de efeitos sazonais. Em comparação com junho de 2023, foi registrado um avanço com a mesma porcentagem (4,3%). Já no acumulado entre janeiro e junho, a massa salarial teve avanço de 3,8% frente ao mesmo período de 2023.

O rendimento médio dos trabalhadores da indústria de transformação avançou 4,2% em junho, na comparação livre de efeitos sazonais. Comparado com o mesmo mês no ano passado, o avanço foi de 2,1%. Entre janeiro e junho, o rendimento médio acumulou crescimento de 2,2%, na comparação com o mesmo período de 2023. (Com informações da CNI)

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