Economia

CNM estima um prejuízo de R$ 4,6 bilhões no Rio Grande do Sul

Mais de 78% dos municípios do Estado foram atingidos e já há o registro de 99,8 mil casas danificadas ou destruídas pelas chuvas
CNM estima um prejuízo de R$ 4,6 bilhões no Rio Grande do Sul
Crédito: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Brasília – Um balanço divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) nesta terça-feira (7) contabiliza que os danos e prejuízos superam os R$ 4,6 bilhões no Rio Grande do Sul, Estado gravemente afetado por fortes chuvas e enchentes, que já deixaram 95 mortos e 131 desaparecidos.

Ainda de acordo com a confederação, mais de 78% dos municípios do Estado foram atingidos e já há o registro de 99,8 mil casas danificadas ou destruídas pelas chuvas devastadoras, que começaram na semana passada.

“O valor aumenta exponencialmente à medida em que a água começa a baixar os níveis”, diz a CNM em texto publicado em seu site oficial.

Segundo a CNM, dentre a estimativa parcial de R$ 4,6 bilhões, R$ 465,8 milhões referem-se a prejuízos no setor público. Outros R$ 756,5 milhões estão relacionados ao setor privado, e a maior parte dos prejuízos, por enquanto, está concentrada no setor habitacional, com R$ 3,4 bilhões em danos.

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“Os danos humanos, além das vítimas fatais desse desastre, também não podem ainda ser estimados”, diz a entidade, alertando para os riscos de proliferação de doenças como leptospirose, hepatite A e dengue, entre outras, cenário que se agrava diante da necessidade de reconstrução de unidades de saúde e outros prédios de prestação de serviços públicos.

Equipes de resgate continuavam as buscas nesta terça-feira por pessoas que permanecem isoladas devido às enchentes devastadoras que atingiram o Rio Grande do Sul, enquanto sobreviventes enfrentam escassez de alimentos e suprimentos básicos.

De acordo com a Defesa Civil gaúcha, 401 de 497 municípios gaúchos foram afetados pelos eventos climáticos, com mais de 159 mil pessoas desalojadas, sendo 48 mil em abrigos.

Projeto

O Senado aprovou nesta terça projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade no Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas que deixaram ao menos 95 mortos, abrindo caminho para o envio de recursos federais ao Estado sem que isso afete a meta fiscal do governo ou implique descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Enviada ao Congresso na véspera pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aprovada pela Câmara dos Deputados no mesmo dia, a proposta chancelada pelos senadores nesta terça em rápida deliberação e sem a necessidade de votação nominal segue para promulgação.

Em outro movimento de resposta à tragédia no Estado, o Senado instalou nesta terça uma comissão temporária externa para acompanhar as atividades de enfrentamento à calamidade no RS.

O governo federal, por sua vez, deve anunciar a suspensão dos pagamentos da dívida do Rio Grande do Sul com a União até 31 de dezembro, disse à Reuters uma fonte do governo nesta terça-feira, o que poderá resultar em uma economia de R$ 3,5 bilhões para o Estado.

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