Economia

Codemge aguarda propostas de investidores

Codemge aguarda propostas de investidores
CBL é pioneira na mineração subterrânea de espodumênio no Brasil o mineral é a principal fonte do lítio | Crédito: Acervo CBL

A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) começa a receber, hoje, as propostas vinculantes de potenciais investidores do setor privado para venda de sua participação acionária (33,33%) na Companhia Brasileira de Lítio (CBL). Na fase de consultas, 13 empresas se interessaram pelo ativo da estatal, o que surpreendeu e animou o presidente da companhia, Thiago Toscano.

Ele deixa claro que reduzir o tamanho do Estado é uma pauta do governo estadual e que não vê sentido a presença governamental em uma empresa privada, mesmo em um negócio lucrativo como a exploração de lítio, presente na fabricação de plásticos, vidros, cerâmicas e baterias, como as dos carros elétricos.

“Se o negócio é bom, o que o governo está fazendo lá? A iniciativa privada não tem as limitações que o Estado tem e, para ela, é muito mais fácil acessar o mercado de capitais e levantar os recursos para uma possível expansão. Ao mesmo tempo, ela pode enfrentar riscos que não faz sentido o Estado correr”, afirma Toscano.

Para ele, esse tipo de participação societária imobiliza recursos que poderiam, por exemplo, pagar um fornecedor atrasado. Toscano reconhece que a empresa dá lucro, mas ressalta que ele está ancorado em um decreto federal frágil, que cria uma reserva de mercado e, consequentemente, uma competitividade artificial. “Estado não é investidor. E se amanhã a CBL deixar de ser lucrativa, como as águas minerais, que há quatro anos dão prejuízo?” pergunta o executivo.  

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Única empresa brasileira produtora de carbonato e hidróxido de lítio, a CBL é pioneira na mineração subterrânea de espodumênio no Brasil – o mineral esverdeado é a principal fonte do lítio. Tem unidade de mineração em Araçuaí e planta de processamento químico em Divisa Alegre, no Vale do Jequitinhonha. A empresa tem 100% de capital nacional e mais de 30 anos de operações.

A fase de consulta ocorreu de 4 de fevereiro a 7 de março e as instituições interessadas na aquisição receberam comunicação formal sobre sua habilitação para essa etapa do processo competitivo, que começa hoje. Foram habilitados os participantes que cumprem as condições de elegibilidade colocadas no teaser e que enviaram a documentação completa, no prazo indicado.

Os habilitados receberão as informações para o acesso ao data room do ativo, contendo demonstrações financeiras, instrumentos jurídicos para formalização da proposta vinculante, informações sobre garantias, agendamento de visita técnica ao ativo, entre outros documentos e informações pertinentes.

Em 2021, a Codemge instituiu o Programa de Gestão de Portfólio, com o objetivo de se tornar vetor de soluções para o desenvolvimento do Estado, promovendo a conexão entre o público e o privado. O programa revisa sua carteira de ativos com foco na simplificação, na eficiência e na garantia de maior retorno de suas iniciativas para Minas e inclui fundos de investimentos em participações, participações acionárias diretas, projetos de P&D, ativos imobiliários e direitos minerários, entre outros.

Outros ativos

Outros ativos minerários da Codemge estão chegando ao mercado. “No dia 15 de março, nós terminamos uma consulta pública para alienação de todos os nossos direitos minerários; a ideia é a mesma: se o direito é bom, a iniciativa privada tem as melhores condições para conduzir e avançar”, sustenta Thiago Toscano. Entre os direitos minerários que poderão ser alienados, estão os de fosfato da Mosaic, em Araxá, espongilito em todo o Estado, argila e águas minerais. 

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