Economia

Codemge quer vender fatia na Datora

Codemge quer vender fatia na Datora
A Datora Participações atua no mercado de telecomunicações, com serviços e desenvolvimento de soluções de conectividade móvel e internet das coisas | Crédito: Divulgação/Codemge

A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) anunciou que está aberta, até 29 de abril, a consulta pública para manifestação de interesse na aquisição de 23% da Datora Participações, fatia sobre a qual a estatal é detentora atualmente. O objetivo da companhia é atrair investidores ou empresas do setor privado que queiram desenvolver negócios na área de telecomunicações e tecnologia, uma vez que a Datora atua com serviços e soluções de conectividade móvel e internet das coisas. 

Para dar fôlego à busca por propostas, a Codemge deve confirmar, nos próximos dias, um evento presencial, em São Paulo, e com transmissão digital, para a apresentação do ativo ao mercado. 

Segundo o diretor de participações da Codemge, Eduardo Zimmer Sampaio, a consulta pública e a eventual venda da fatia da Datora fazem parte da estratégia de desinvestimento do governo de Minas Gerais no âmbito do regime de recuperação fiscal, firmado em 2019. “O programa de desinvestimento é uma forma de reposicionar a companhia para que ela seja uma grande estruturadora de projetos da iniciativa privada e desenvolver a economia de Minas Gerais sem a participação direta do Estado, que tem dificuldades de fazer a gestão por questões orçamentárias”, afirma Sampaio. 

Ainda segundo Sampaio, as expectativas da companhia para o ativo que foi colocado recentemente sob consulta são positivas, a exemplo daquela realizada para a venda da participação da Codemge na Companhia Brasileira de Lítio (CBL). Na empresa de atividade minerária, a estatal tem 33,33% de participação. Durante o período do levantamento de interessados, 13 organizações manifestaram interesse, sendo que a estatal aguarda agora as propostas vinculantes para dar andamento à venda. 

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Em observância à diversidade de ativos sobre os quais a Codemge tem participações hoje, em meio a setores de telecomunicações, mineração, aeronaves, água mineral e biotecnologia, o diretor Eduardo Zimmer Sampaio reforçou que não é papel do Estado atuar em áreas que o setor privado consegue gerir melhor, já que as empresas estatais acabam se tornando investidores passivos em razões fiscais, orçamentárias e de possibilidades legas, acredita ele. 

Nesse sentido, Sampaio também adiantou que os demais ativos da companhia passam por estudos relacionados à desestatização e devem ser submetidos à consulta. Caso o Estado alcance o valor tido como justo, as vendas das participações deverão ocorrer. 

Codemge e Datora 

Apesar do atual plano de desinvestimento da participação na Datora, Sampaio afirma que a Codemge investiu no ativo, à época (2016), de forma acertada. “Existiam algumas vantagens competitivas naquele momento e a área de telecomunicações foi escolhida. Nós acreditamos que foi um investimento bem feito porque desde então a Datora valorizou. Houve até mesmo uma tentativa de oferta pública inicial de ações (IPO)”, lembrou o diretor de participações da Codemge. A Datora é uma das empresas que desistiram do IPO devido ao cenário econômico, com a alta da taxa de juros e as mudanças em ano eleitoral, e o internacional que está sob os riscos da guerra na Ucrânia.

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