Cohab articula criar um fundo imobiliário com o BDMG

A Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab) e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) firmaram um acordo de confidencialidade para o começo da estruturação de um Fundo de Investimento Imobiliário, na última quinta-feira (16).
A Cohab conta, atualmente, com mais de 2,1 mil imóveis, o equivalente a R$ 350 milhões distribuídos em terrenos dos mais diferentes tamanhos, além de várias construções tanto comerciais quanto residenciais.
Conforme destaca o presidente da Cohab, Bruno Oliveira Alencar, esse é o primeiro passo para a concretização do negócio, já que o processo está em fase de entendimento de viabilidade, por meio das análises internas do BDMG. A previsão é a de que no segundo semestre deste ano sejam feitas as primeiras entregas.
O presidente ressalta que a Cohab tem se deparado com uma infinidade de ativos, patrimônios e bens que poderiam estar sendo utilizados de uma forma melhor. Ele conta que foram estudadas opções para dar destinação a imóveis que não têm liquidez, que o mercado não consegue absorver de forma direta.
Bruno Oliveira Alencar cita como exemplo um terreno industrial de 1,5 milhão de metros quadrados, avaliado em mais de R$ 70 milhões. “Quem compraria hoje? Está há cerca de 30 anos parado”, diz.
Conforme frisa o presidente da Cohab, o Estado, por meio da companhia, está com ativos parados, perdendo dinheiro, enquanto que com o Fundo de Investimento Imobiliário poderá fazer um caixa para uma nova política habitacional ser implementada.
“Passa gerações e o imóvel está lá. Decidimos enfrentar essa questão. Existe um contexto muito favorável para isso. Antes da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os investidores vinham buscando muito os fundos imobiliários, que são uns dos melhores para investimentos”, analisa.
Além disso, ao destravar os imóveis, destaca ele, há uma redução do déficit habitacional, tendo mais terra disponível, mais disputa de mercado e consequentemente redução de custos.
Com a rentabilidade que espera conseguir na nova operação, o órgão, segundo o presidente, além de investir no caixa para a nova política habitacional, também prevê quitar as suas dívidas. “Recebemos aproximadamente R$ 140 milhões em dívidas”, relata.
On-line – Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o governo de Minas Gerais está mantendo a sua agenda em andamento. O acordo de confidencialidade foi assinado por meio do Sistema Eletrônico de Informações (SEI). A reunião foi realizada por videoconferência.
O evento virtual também teve a participação do presidente da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), Thiago Toscano, que conduz a agenda de desestatização de Minas Gerais.
Em material enviado para a imprensa, ele afirmou que “Esse acordo foi o primeiro passo dentro de um projeto bem mais amplo para a Cohab. Muito antes de assumir a desestatização, tive a oportunidade de ajudar a atual gestão da companhia em sua modelagem. Agora que assumi formalmente essa agenda, espero colaborar ainda mais para a concretização desse projeto”, afirma Toscano.
Bird pode ofertar até US$ 160 bi
Brasília – O presidente do Banco Mundial (Bird), David Malpass, anunciou na sexta-feira (17) que a instituição é capaz de fornecer US$ 160 bilhões em financiamento nos próximos 15 meses, para o enfrentamento da crise econômica gerada pelo novo coronavírus (Covid-19).
Em nota, o banco afirmou que o programa é baseado em três pilares: proteger os mais pobres e vulneráveis; apoiar os negócios e salvar empregos; e ajudar os países em desenvolvimento a implementar medidas emergenciais de saúde e fortalecer a resiliência econômica.
“Além dos impactos da pandemia do Covid-19 na saúde, esperamos uma grande recessão global. Nossas estimativas sugerem uma desaceleração global muito mais profunda do que a grande recessão (iniciada em 1929), dados os declínios na produção, investimento, emprego e comércio”, disse, em comunicado à imprensa.
Malpass destacou, também, que enquanto os trágicos impactos da pandemia estão sendo sentidos globalmente, a crise deve atingir os mais pobres e os países mais vulneráveis.
Para ele, o que a instituição fez até agora “claramente não é suficiente”. “Se não agirmos rapidamente para fortalecer sistemas, os ganhos de desenvolvimento dos últimos anos podem ser facilmente perdidos” enfatizou. (ABr)
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