Economia

Com 1 milhão de vagas criadas, Zema aposta no agro para sustentar a geração de empregos

Em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, Zema falou de perspectivas e desafios para o crescimento
Com 1 milhão de vagas criadas, Zema aposta no agro para sustentar a geração de empregos
Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG

Ao registrar saldo positivo de 24.228 vagas com carteira assinada em junho, Minas Gerais ultrapassou a marca de 1 milhão de empregos formais criados desde 2019, início da gestão do governador Romeu Zema (Novo). Em entrevista exclusiva ao Diário do Comércio, o governador comemorou a marca, analisou as perspectivas para o futuro do emprego no Estado, falou sobre os desafios frente ao tarifaço de Donald Trump e a necessidade de solucionar o endividamento do Estado.

Ao projetar os setores com maior potencial de geração de empregos nos próximos anos, Zema destacou a força do agronegócio, especialmente pela recuperação de áreas degradadas, evitando o desmatamento, e o crescimento de produtos de maior valor agregado.

“Muito provavelmente, o agro vai continuar liderando pelo potencial que ele tem ainda dentro do Estado. E com produtos de maior valor agregado, como os nossos cafés especiais e os nossos queijos artesanais, que ficam cada vez mais famosos”.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo Ministério do Trabalho. No acumulado dos últimos seis anos e meio, o Minas chegou a 1.024.785 postos de trabalho criados, reforçando o Estado como um dos principais motores do emprego no Brasil. Somente em junho, foram 237.555 admissões contra 213.327 desligamentos, registrando um aumento de 15,15% em relação ao saldo de maio. Minas teve o segundo melhor desempenho do País no mês, atrás apenas de São Paulo.

“É uma marca que faz diferença em qualquer País, num Estado, então. E hoje o mineiro, praticamente em todas as regiões do Estado, só fica sem trabalhar se ele quiser, porque há vagas disponíveis em praticamente todas as regiões”, afirmou.

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Impacto das tarifas dos EUA na exportação de Minas

Zema também comentou os efeitos do chamado “tarifaço” dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros como café, carnes e frutas, que têm forte presença na pauta de exportações mineira. O governador minimizou os riscos imediatos, mas reconheceu a necessidade de medidas de apoio às empresas impactadas.

“Nós estamos acompanhando, mas nós já demos apoio no sentido de disponibilizarmos linhas de crédito no valor de R$ 200 milhões do BDMG para esses setores e empresas afetadas. E também 100 milhões de crédito de ICMS para aquelas empresas que têm esse valor a receber do Estado, que levariam muito tempo e nós vamos estar disponibilizando no curto prazo”.

O governador destacou que o governo americano já excluiu vários itens da lista do tarifaço e espera que isso possa acontecer com outros produtos importantes para a economia mineira.

“Muitos produtos já foram excluídos, e à medida que o governo americano atentar para que não há, em alguns casos, suprimento por parte de outros países, o que levaria a um encarecimento no mercado interno, ele pode estar excluindo outros produtos”, reforça.

Regime de Recuperação Fiscal

Apesar da comemoração, Zema reforçou que o grande desafio agora é o equilíbrio fiscal do Estado. Ele voltou a defender a adesão de Minas ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), conhecido como Propag.

“A nossa grande meta agora é nós aderirmos ao Propag, porque ele vai ser a solução definitiva para o problema do endividamento de Minas Gerais. Com o Propag, nós vamos ter uns juros mais civilizados e, consequentemente, o Estado ficará viável para o futuro. Espero ser o último governador do Estado a ter enfrentado essa calamidade financeira”, ressalta.

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