Economia

Com chuvas abaixo da média, governo mantém uso de termelétricas

Com chuvas abaixo da média, governo mantém uso de termelétricas
Linha de transmissão de energia na região de Brasília (DF) | Crédito: Ueslei Marcelino /Reuters

São Paulo – O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), formado por membros do governo e técnicos da área de energia, decidiu manter o uso de termelétricas mais caras no atendimento à demanda, após registro de chuvas abaixo da média histórica nos últimos meses, mesmo em meio a um período tradicionalmente favorável às precipitações.

Liderado pelo Ministério de Minas e Energia, o CMSE tem demonstrado preocupações com o nível de armazenamento das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil. O colegiado tem aprovado, desde outubro passado, o uso de termelétricas mais caras que as previstas em seus modelos de programação do sistema visando a preservar o armazenamento nos lagos das usinas.

Apesar da contribuição para a segurança do suprimento e para a recuperação das represas, o uso constante das usinas térmicas tem sido um dos fatores por trás de elevados aumentos nas contas de luz previstos para este ano.

“O CMSE manteve a diretriz de adoção das medidas excepcionais para o devido atendimento à carga”, disse o Ministério de Minas e Energia na noite de terça-feira, após reunião do comitê.

Além do uso das térmicas, o CMSE também tem aprovado importações de energia da Argentina e do Uruguai. Na reunião de terça, o grupo decidiu ainda autorizar o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a programar o acionamento de térmicas a gás natural liquefeito (GNL) com antecipação de dois meses. 

Reservatórios hídricos

Segundo o CMSE, houve melhora no nível dos reservatórios hídricos em todas as regiões, exceto no Sul, devido às chuvas em março, que praticamente marca o final do chamado “período úmido” na região das usinas, tradicionalmente iniciado em novembro.

O comitê destacou em nota que as chuvas na região das hidrelétricas, nos últimos sete meses, foram as piores já registradas para o período de setembro a março em um histórico de 91 anos.

“Sobre a previsão para os próximos dias, foi indicada a perspectiva de chuvas esparsas na região Sudeste, sem perspectiva de volumes significativos no País, comportamento que tipicamente caracteriza a transição para o período seco”, apontou.

O ONS projetou que a geração térmica no sistema brasileiro nesta semana deve ficar em média de 4,7 gigawatts médios.

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