Economia

ComBio aponta oportunidades de negócios com o setor de mineração no Estado

A empresa fornece energia térmica para a indústria e, atualmente, tem apenas um projeto em Minas Gerais
ComBio aponta oportunidades de negócios com o setor de mineração no Estado
Foto: Fotos em Cena/Divulgação/ComBio

A ComBio, principal fornecedora brasileira de energia térmica renovável para a indústria, vislumbra oportunidades em Minas Gerais no setor de mineração. O Estado é considerado estratégico pela empresa, e a atividade mineral é vista como uma lacuna para novos negócios, já que o segmento é um grande consumidor de vapor nos processos industriais.

Sem revelar nomes e mais detalhes, o COO da ComBio, Carlos Martins, afirma que há tratativas em andamento com indústrias mineiras e de outras regiões do Brasil, mas não há nada definido. Ele ressalta que a decisão de terceirizar a produção de vapor é altamente estratégica para uma companhia. “São conversas que precisam de muito estudo, não apenas na solução técnica, mas também na escolha certa dos parceiros”, pondera.

Atualmente, a ComBio mantém apenas um projeto em Minas Gerais: a Unidade Produtora de Vapor (UPV) Três Marias, que utiliza cavacos de eucalipto para gerar vapor destinado à refinaria da Nexa Resources. Em operação desde 2017, o empreendimento tem contribuído para a redução das emissões de CO2 e dos custos operacionais da produtora de zinco.

No total, a ComBio possui nove caldeiras a biomassa em funcionamento e outra em construção (previsão de início das operações em 2027). São oito clientes de diferentes segmentos, como mineração e metalurgia, de produtos químicos, papel e celulose e alimentício. “É difícil vermos uma grande indústria que não precise de vapor”, diz.

As UPVs da empresa estão distribuídas por quatro estados – além de Minas, está presente no Pará, São Paulo e Paraná. A biomassa queimada nos empreendimentos para a geração de vapor varia conforme características regionais. Por exemplo: em Três Marias, o uso do cavaco de eucalipto decorre da oferta abundante de plantações na região; em solo paraense, aproveita-se o caroço de açaí; em território paulista, são utilizados, por exemplo, o bagaço da cana, derivados da madeira e até mesmo podas urbanas.

Cerca de metade da indústria ainda depende de combustíveis fósseis

Fundada há 17 anos, a ComBio nasceu com o propósito de ser protagonista na descarbonização da indústria brasileira, encontrando na geração de energia térmica renovável uma oportunidade para isso. O crescimento da empresa acompanhou o movimento de diversos setores industriais em direção à neutralização de suas operações, e a expectativa é de uma nova onda de expansão.

Segundo Martins, cerca de metade da energia térmica consumida pela indústria nacional ainda é produzida a partir de combustíveis fósseis. Esse cenário pode mudar nos próximos anos com a sanção da lei que criou o mercado regulado de carbono, em dezembro passado, que na prática, conforme ele, obrigará as empresas a descarbonizar as operações ou a compensar as emissões por meio da compra de créditos de carbono.

Outro fator relevante é que, em novembro deste ano, o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Uma das principais discussões no evento será a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Em função da lei e da COP30, o COO projeta que, a partir do próximo ano, haverá uma onda de aceleração na busca por soluções sustentáveis para a geração de energia térmica. Nesse cenário, ele destaca que a ComBio ocupa uma posição privilegiada em termos de experiência, competitividade e reputação, e poderá crescer ainda mais suas operações.

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