Economia

Impulsionado por alta nos combustíveis, IPCA da RMBH fica acima da média nacional

Alta na RMBH foi de 0,63%, a segunda maior do País, perdendo apenas para Porto Alegre, onde o índice aumentou 0,87%, reflexo da catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul
Impulsionado por alta nos combustíveis, IPCA da RMBH fica acima da média nacional
Crédito: Adobe Stock

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) subiu mais uma vez acima da média nacional. O indicador que mede a inflação foi impulsionado principalmente pelo aumento do preço dos combustíveis, como mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (11).

Enquanto no Brasil a alta foi de 0,46%, ficando 0,08 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de abril (0,38%), na RMBH, a alta foi de 0,63%, a segunda maior do País, empatada com São Luiz do Maranhão (MA). Porto Alegre (RS) lidera a alta, com aumento de 0,87% no índice. Neste caso, os dados já refletem a catástrofe ambiental que acomete o Rio Grande do Sul.

A alta de 1,52% no grupo de transportes foi uma das principais causas do aumento da inflação na RMBH em maio. O custo dos combustíveis aumentou 4,48%, sendo a maior alta em todas as regiões pesquisadas pelo IBGE. Só a gasolina, de acordo com o coordenador da pesquisa em Minas Gerais, Venâncio da Mata, teve alta de 4,34%. “O combustível tem um peso muito grande no consumo das famílias. Então, havendo alta, o impacto é grande”, analisou.

Na no setor de saúde e cuidados pessoais (0,97%), o resultado foi influenciado pelas altas dos produtos farmacêuticos (1,38%) após a autorização do reajuste de até 4,5% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março, e do plano de saúde (0,75%), com impactos de 0,06 p.p, e 0,03 p.p., respectivamente, conforme explicou Da Mata.

Já na parte de habitação (0,52%), destacam-se os aumentos registrados nos preços do aluguel residencial (1,01%) e da energia elétrica residencial (0,82%). “O aumento da energia foi resultado do reajuste tarifário de 6,76% a partir de 28 de maio, com impactos respectivos de 0,04 p.p. e 0,03 p.p. sobre o índice geral”, relembra o coordenador do IBGE.

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Já o grupo de alimentação e bebidas se manteve praticamente estável, com alta de 0,01% de abril para maio, mas no acumulado do ano a alta foi de 3,16%. Como alguns itens aumentaram muito e outros deflacionaram, de acordo com Da Mata, o índice se manteve estável. Para o especialista, destaca-se a alta no preço:

  • da batata inglesa (18,71%),
  • da maçã (6,89%),
  • do leite longa vida (5,77%),
  • do arroz (5,03%)
  • e do café (4,62%).

No acumulado do ano, a alta na RMBH também foi maior que a média nacional, marcando 3,16% ante 2,27% da média do País. A variação acumulada nos últimos 12 meses foi a maior variação entre 16 áreas pesquisadas pelo instituto. Enquanto a RMBH registrou alta de 5,07%, a média nacional teve acréscimo de 3,93%.

Nos últimos 12 meses, o grupo responsável pela alta da inflação foi o da educação, com alta de 6,96%. Também contribuíram grupos mais relevantes como o de saúde e cuidados pessoais, com alta de 5,85%, e o grupo de despesas pessoais, com alta de 5,8%.

IBGE: outros impactos no IPCA da RMBH

Além dos grupos de transportes, outros conjuntos ajudaram a elevar o IPCA em maio em Belo Horizonte e Região Metropolitana. São eles:

  • saúde e cuidados pessoais (0,97%);
  • comunicação (0,56%);
  • habitação (0,52%);
  • vestuário (0,46%);
  • despesas pessoais (0,36%);
  • educação (0,20%);
  • alimentação e bebidas (0,01%).

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