Economia

Combustíveis: vendas seguem em alta em Minas Gerais

Etanol foi o destaque. A venda do biocombustível cresceu 24,5% frente a julho, resultado da maior competitividade
Combustíveis: vendas seguem em alta em Minas Gerais
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ao longo de agosto, a comercialização feita pelas distribuidoras de combustíveis e derivados de petróleo, em Minas Gerais, ficou 5,24% maior que em julho. Ao todo, foram 1,488 milhão de metros cúbicos negociados no mês. No período, a alta foi puxada, principalmente, pelas vendas de etanol hidratado, que cresceram 24,5% frente a julho. 

Conforme os dados da  Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no acumulado do ano, as vendas totais de combustíveis e derivados de petróleo já somam 10,3 milhões de metros cúbicos, resultando, assim, em um incremento de 5,2% frente aos primeiros oito meses de 2022.

As vendas de combustíveis e derivados de petróleo também ficaram maiores se comparadas com agosto de 2022. Neste caso, o avanço foi de 4,99%, uma vez que naquele período, as negociações movimentaram 1,41 milhão de metros cúbicos. 

Vendas de etanol ficam maiores no mês

O etanol hidratado foi o destaque entre os principais combustíveis vendidos pelas distribuidoras, considerando agosto. As negociações do biocombustível cresceram 24,5% frente a julho, com a venda de 163.932 metros cúbicos. O volume também é maior se comparado com agosto de 2022, resultando, então, em uma alta de 17,06%.

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Ao longo de agosto, o preço do combustível ficou mais vantajoso que o da gasolina, o que estimulou o consumo. O movimento ocorreu depois que a Petrobras, principal produtora de combustíveis do País, anunciou, em agosto, um aumento de 16,3% nos preços médios da gasolina e de 25,8% nos do diesel vendidos a distribuidoras.

Porém, a alta expressiva no mês ainda não foi suficiente para a retomada das vendas no ano. Conforme a ANP, de janeiro a agosto, as vendas de etanol, em Minas Gerais, acumulam queda de 21,6%, somando 1,037 milhão de metros cúbicos negociados.  

“Os dados da ANP demonstraram um retorno no consumo de etanol hidratado, não só em Minas Gerais, mas no Brasil. Ainda, obviamente, no acumulado os resultados estão inferiores aos anos anteriores. Isso já é um reflexo, primeiro, da boa relação de preço entre etanol e gasolina. Então, os consumidores estão voltando a consumir etanol. Em Minas Gerais, a gente tem praticamente quase R$ 2 de diferença entre o preço do etanol hidratado e o preço da gasolina. Isso tem feito com que muitos consumidores escolham o etanol”, explicou o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos.

Estabilidade tributária

Ainda segundo Campos, a estabilidade tributária também tem contribuído para a maior venda do etanol. Ele ressaltou que foram muitas as modificações tributárias desde novembro de 2021, passando por todo o ano de 2022 e depois a recomposição desses tributos ao longo do ano de 2023. 

“Agora, com a estabilidade dentro da área tributária, a gente observou mais uma tendência mesmo da relação entre oferta e demanda, o que fez com que a relação de preço esteja pró etanol. A gente está em uma safra que vai ser recorde, não só em Minas Gerais, mas na região Centro-Sul. Além disso, nós temos ainda oferta de etanol de milho, então é uma oferta considerável de etanol no mercado e esse etanol precisa ser vendido”, disse

Ainda conforme Campos, a tendência é de um consumo crescente nos próximos meses.

“Inicialmente, a volta foi um pouco tímida, mas a gente já observa uma tendência forte do consumidor abraçando mais o etanol e o consumo crescente. Setembro vai ser melhor que agosto e a expectativa de outubro, que é sempre um mês de forte consumo, também, seja bem significativo o consumo de etanol, não só em Minas Gerais, mas como no Brasil, como em tudo”.

Demais combustíveis

Ao contrário do etanol, a gasolina encerrou agosto com queda nas vendas. Conforme a ANP, no período, as negociações somaram 404.117 metros cúbicos, valor que retraiu 2,44% frente a julho. 

As vendas da gasolina mantiveram o ritmo de alta quando comparado com agosto de 2022. Houve, assim, um incremento de 1,7%, frente aos 397.321 metros cúbicos registrados naquele período. 

Apesar da retração frente a julho, as vendas da gasolina no Estado continuam com alta expressiva quando analisado o acumulado dos primeiros oito meses do ano. Ao todo, a comercialização movimentou 3,2 milhões de metros cúbicos, 22,2% superior. 

As vendas de diesel – combustível mais demandado no Estado – aumentaram 6,7% frente a julho e 5,23% quando comparado com agosto de 2022. No oitavo mês do ano, as vendas somaram 764.106 metros cúbicos.

Com o resultado de agosto, o consumo de óleo diesel aumentou 4,10% nos oito primeiros meses de 2023, chegando a um volume de 5,3 milhões de metros cúbicos vendidos.

Produção de combustíveis na Regap

Segundo os últimos dados disponibilizados pela ANP, a produção na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na RMBH, entre janeiro e julho, cresceu 6%. A produção na unidade chegou a 5,4 milhões de metros cúbicos de combustíveis variados.

No período, a produção de gasolina A, antes da adição do etanol, aumentou 14,6% e chegou a 1,4 milhões de metros cúbicos. Em julho, a produção foi de 206.615 metros cúbicos, queda de 6,9% frente a junho e alta de 7,08% frente a igual mês de 2022.

No caso do óleo diesel, foram 2,4 milhões de metros cúbicos produzidos, resultando, assim, em uma variação positiva de 3,1% frente ao mesmo intervalo de 2022. No sétimo mês, quando a produção chegou a 364.745 metros cúbicos, o avanço ficou em 2,1% na comparação com junho, e em 4,6% frente a julho de 2022.

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