Comemorações de festa junina trazem fôlego à economia criativa e local

Junho, tempo frio… Nada mais convidativo que uma festa junina, não é mesmo? A vontade de comer uma canjica e acompanhar as danças típicas das festividades é uma sazonalidade capaz de aquecer a economia mineira e local. Além de ser um dos momentos mais esperados do ano para a diversão de muitos.
Comércio e a festa junina
O calendário pode até passar despercebido, mas as bancas especiais montadas em supermercados com amendoim e produtos feitos do milho não. São exatamente esses os produtos que mais se destacam nos comércios varejistas.
A importância é tamanha que 51% dos comerciantes de produtos alimentícios de Minas Gerais são afetados positivamente pelas comemorações. Isso é o que mostra a pesquisa mais recente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG) sobre as expectativas com as festas juninas de 2022 (os dados foram adiantados para o DIÁRIO DO COMÉRCIO).
Os dados também mostram que mais da metade dessas empresas com impactos diretos das comemorações (55,3%) irão investir nos estoques de alguns produtos que não podem faltar para a sazonalidade:
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- – canjica (72,4%)
- – amendoim (70,3%)
- – doces (44,1%)
- – outros (29%)
- – artigos de decoração (5,5%)
- – milho de pipoca (4,1%)
- – carnes (3,4%).
“Quantéquecê” gasta na festa junina?
Na capital mineira, o Arraial de Belo Horizonte, uma festa típica e anual, movimentou em 2019 mais de R$ 3,6 milhões. Esse é o dado mais recente disponibilizado pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), já que a pandemia da Covid-19 paralisou, por dois anos, a realização presencial do evento.
A pesquisa, feita pela Belotur, mostra também que naquele ano o ticket médio de quem foi à Praça da Estação curtir a festa circulou em torno de R$ 37,27. No ano anterior (2018), esse valor era de R$ 30,50. No total, o volume de dinheiro injetado na economia pelo consumo foi de R$ 2,74 milhões.
A pesquisa considerou 90 mil participantes em 2018 e outras 98 mil pessoas em 2019, sendo que o evento ocorre, geralmente, em quatro ou cinco dias de apresentações e muitas comidas típicas.
Uma tradição cultural mineira: festa junina
E não ganha só a economia. O significado cultural e as possibilidades de fomentar a mineiridade também movem a data.
William Claudino, presidente do Grupo Cultural Arraiá do Formigueiro Quente, conta que uma apresentação no bairro sede, realizada na semana entre os dias 5 e 11 de junho, movimentou mais de 1.500 pessoas numa das regiões administrativas de Belo Horizonte.
O público que compareceu aos eventos encontrou estilos de danças diferentes, mas sempre pode conferir, também, o jeito mineiro habitual.
“As pessoas ficam querendo trazer figurinos nordestinos. Mas a nossa ideia é manter o nosso ‘uai’, a maneira como a quadrilha chegou para a gente, que é o jeca, o caipira. A gente sempre preservou e preserva a mineiridade”, afirma com orgulho William Claudino.
A quadrilha do Formigueiro Quente é uma das mais antigas da capital mineira, com 55 anos. O grupo coleciona troféus de diversos concursos e hoje faz parte do Grupo Especial do Arraial belo-horizontino.
No ano passado, o grupo ganhou o concurso da Belotur em uma edição do Arraial totalmente virtual. O objeto de disputa eram os figurinos típicos. Nesse caso, o modelo vencedor foi criado e confeccionado artesanalmente por Liliane Claudino, filha do fundador do grupo e irmã de William.
O primeiro lugar do Arraial de Belo Horizonte no ano de 2021 garantiu ao grupo uma premiação de R$ 7 mil. No segundo lugar, ficou a quadrilha Arriba Saia (R$ 6 mil em premiação), seguida pelo grupo Fogo de Palha (R$ 5 mil) — do Grupo Especial.
Veja abaixo os detalhes do figurino que conquistou o júri em primeiro lugar.
DC responde
Segundo relatos históricos, demonstrados pelo Senac, as festas juninas têm origem pagã. As comemorações tiveram início na Europa para brindar as colheitas e a produtividade da terra. Ao longo do tempo, as festividades foram associadas ao calendário católico devido à proximidade com aniversários de importantes padroeiros.
No Brasil, as festividades ocorrem, principalmente, entre os meses de junho e julho. As festas mais tradicionais cristãs correspondem às datas de Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).
Além das comidas típicas, danças e concursos de quadrilhas, brincadeiras como pescaria e correio elegante encantam o público.
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