Comercialização de carros usados tem aumento de 11,5% no Estado

A baixa oferta de veículos novos e a demanda aquecida por automóveis próprios estimularam as vendas nas concessionárias voltadas para a venda de veículos seminovos e usados ao longo de 2021. Em Minas Gerais, a comercialização avançou 11,5% em 2021, se comparada com 2020, somando 1,85 milhão de unidades. Para 2022, a tendência é de novo crescimento das vendas já que a demanda ainda se manterá elevada principalmente pela oferta de novos seguir limitada. O congelamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) em 2022 e o adiamento da data de pagamento também favorecem o setor.
De acordo com os dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), em 2021 as vendas de veículos usados e seminovos subiram 11,5% em Minas. Na comparação de dezembro com novembro, foi apurada expansão de 8% chegando a 147.745 unidades comercializadas. Já na comparação com dezembro de 2020, as vendas no mesmo intervalo do ano passado caíram 22,7%. A retração se deve ao grande volume de vendas registrado entre novembro e dezembro de 2020.
No País, também foi registrada alta nas vendas. De acordo com a Fenauto, o total de carros comercializados foi de 15.106.724 unidades, resultado 17,8% superior ao apurado em 2020. Comparando o resultado de 2021 com o de 2019, ano sem pandemia, o setor obteve um resultado positivo de 3,5%. Somente no mês de dezembro deste ano foram comercializados 1.201.600 veículos, contra 1.165.436, em novembro, resultado 3,1% superior.
O diretor de Planejamento e Marketing da Associação dos Revendedores de Veículos no Estado de Minas Gerais (Assovemg) e diretor comercial da AutoMaia Veículos, Flávio Maia, explica que o resultado alcançado em Minas Gerais e no País foi muito relevante para o setor. Na AutoMaia, as vendas cresceram 20% em 2021.
“Por mais que o ritmo de vendas tenha diminuído nos últimos meses de 2021, o resultado anual é extremamente positivo levando em consideração um ano caótico como 2021. O real motivo do incremento é a falta de carro zero, que enfrenta problemas com o abastecimento de insumos, e o movimento das pessoas quererem um carro próprio, evitando o transporte por aplicativo e público”.
Para este ano, as estimativas são positivas. No Estado, medidas como o congelamento e o adiamento da data de pagamento do IPVA foram consideradas importantes para manter a demanda aquecida.
“Início de ano acaba sendo puxado para o brasileiro, que precisa pagar vários impostos, matrícula da escola dos filhos, entre tantas outras obrigações. Segurar o reajuste do imposto sobre veículos dá um respiro para as pessoas e condição de assumir um financiamento na compra ou troca do automóvel, por exemplo. Estávamos preocupados com o valor que viria o IPVA, podendo subir de 20% a 30% sobre o valor de 2021 conforme a tabela Fipe”.
Em relação aos desafios, Maia acredita que por ser um ano eleitoral, haverá maior instabilidade política, o que pode deixar os consumidores mais cautelosos. O aumento dos juros e a tendência de novas altas impactam no setor, porém, os consumidores têm optado por aumentar o número de parcelas dos financiamentos e mantendo a aquisição dos veículos.
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Em dezembro, a venda de seminovos, carros com até três anos de uso, apresentou alta de 6% frente a novembro, com a venda de 18.440 unidades. Ao todo, em 2021, as vendas ficaram 6,2% maiores, somando 241.159 veículos.
A comercialização de automóveis de quatro a oito anos subiu 8,1% frente a novembro, com a venda de 33.799 unidades. Em 2021, quando ocorreu a venda de 471.054 unidades, o resultado ficou 2,6% menor se comparado com o ano anterior.
Os carros com idade entre nove e 12 anos apresentaram alta nas vendas de 8,8% em dezembro, frente a novembro, somando 35.935 veículos comercializados. No acumulado do ano, as vendas encerraram em 460.343 unidades, alta de 13,8%.
Na categoria de carros acima de 13 anos foram vendidos 59.571 veículos, representando uma elevação de 8% quando comparada com novembro. No acumulado do ano, as vendas somaram 685.769 unidades, 24,5% maior.
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