Comerciantes de Belo Horizonte estão satisfeitos com os resultados do Natal

Historicamente, o Natal é uma das datas mais aguardadas pelo comércio varejista, pois traz consigo, um aumento do fluxo de clientes nas lojas. Logo, se torna uma oportunidade para os empresários ampliarem o número de vendas de seus estabelecimentos. Em 2022, os negócios em torno do dia não decepcionaram os lojistas belo-horizontinos, sendo que sete em cada dez disseram ficar satisfeitos com o período.
O levantamento foi feito pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) entre os dias 26 e 29 de dezembro. De 103 comerciantes do varejo da Capital entrevistados, 74% afirmaram que a movimentação do Natal atendeu parcialmente, completamente ou superou as expectativas. No sentido contrário, 26% disseram que as vendas ficaram abaixo do esperado.
A economista da entidade, Ana Paula Bastos, também afirma que o desempenho ficou dentro do previsto e ressalta que as pesquisas anteriores já apontavam estes resultados.
“Neste Natal houve um bom movimento e as pessoas foram às compras. Tiveram alguns produtos como calçados e roupas, que foram muito procurados. São produtos que tinham um tíquete médio maior e foram comprados com pagamento à vista. Então isso é bom, pois mostra que as pessoas estão evitando as compras a longo prazo”, destaca.
Assim como realça a economista, a pesquisa mostra que os itens de vestuário, com 42,7%, foram os que tiveram a maior saída durante o período. Na sequência aparecem os calçados (14,6%), móveis e colchões (6,8%), itens de decoração (5,8%), livros e itens de papelaria (4,9%).
Conforme os entrevistados, a forma de pagamento mais utilizada pelos clientes, com 42,7%, foi o pagamento à vista no cartão de crédito. Em seguida vieram o parcelado no cartão de crédito (28,2%) – com uma média de três parcelas (44,8%) e dez parcelas (20,7%) –; PIX (18,4%); cartão de débito (9,7%) e boleto (1%).
Para a sócia-diretora da Simone Modas, Jacqueline Bacha, o movimento foi positivo na última semana da data, que segundo ela, foi quando realmente “teve a cara do Natal”. O estabelecimento, localizado no hipercentro da Capital, comercializa produtos de vestuário para todos os públicos – masculino, feminino e infanto-juvenil – e a preços populares.
“Foi um Natal atípico pra gente. Com a Copa do Mundo e muitos dias fechados, ficamos preocupados com a perda de receita. Mas já no final do mês, depois da Copa e como o consumidor brasileiro costuma deixar as compras para última hora, percebemos que as pessoas voltaram o foco realmente para o Natal. Então na região de BH, as lojas encheram”, ressalta.
Ainda de acordo com a lojista, o movimento acerca da data em 2022 “empatou” com o do ano anterior. Na pesquisa da CDL/BH, 30,1% dos entrevistados disseram que as vendas deste Natal foram melhores, outros 30,1% afirmaram que os negócios foram piores. Já para 39,8% não houve diferença.
“Nós custamos a perceber, pois realmente, a Copa do Mundo mudou essa agenda de Natal, mas na última semana e terminando o campeonato por completo, as pessoas foram para as ruas do hipercentro”, explica Jacqueline Bacha. “Em 2022 tivemos uma taxa de desemprego menor, uma maior entrada de capital extra na economia, então o ambiente econômico foi melhor que o de 2021”, analisa Ana Paula Bastos.
Para os entrevistados que relataram vendas melhores, os principais fatores que influenciaram foram a divulgação dos produtos (54,8%), promoções e ofertas (22,6%), produtos diferenciados (16,1%) e atendimento qualificado (9,7%). Eles citam ainda o fim da pandemia (6,5%), confiança do consumidor (3,2%) e vendas on-line (3,2%).
Já os comerciantes que sentiram piora nas vendas, apontam questões como o aumento do preço dos produtos (61,3%) e a concorrência com a internet (35,5%). Além do cenário político (16,1%), Copa do Mundo (16,1%), aumento da inadimplência (3,2%) e diminuição da renda dos trabalhadores (3,2%).
Movimento pós-Natal
A movimentação de pessoas após o período natalino também foi positiva para o varejo de Belo Horizonte. “Tivemos uma boa semana entre o Natal e Ano Novo, onde as pessoas já fazem compras de roupas voltadas para as férias, cachoeiras, praias, então elas compram roupas de banho, biquíni e bermudas”, afirma a sócia-diretora da Simone Modas.
Ela também ressalta que aguarda as alterações das políticas macroeconômicas do governo para ver qual será o impacto no setor. “Esperamos que ocorra tudo bem e que tenhamos um ano próspero. Estamos em posição de expectativa de que o mercado tome uma posição mais clara e tranquila”, diz.
Para a economista da CDL/BH, o bom movimento “mostra que as pessoas voltaram a consumir”. Ela destaca que agora em janeiro, os comerciantes realizam as tradicionais liquidações, e “é a hora de criarem fôlego e fazerem caixa”.
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